sexta-feira, 27 de abril de 2012

Igrejas Vineyard - O Início



A Vineyard tem suas raízes no Movimento de Jesus, começo dos anos 70. Em 1974, Kenn Gullikson começouem Los Angeles um ministério que estava nos seu coração há muitos anos. Começando como um grupo caseiro de estudo bíblico, a comunidade rapidamente cresceu iniciando outros grupos até formar uma igreja em Bevery Hills.

De
us profeticamente deu o nome de ´Vineyard´ para aquele grupo de pessoas. Músicos, atores, homens de negócio, estudantes, pessoas comuns sedentas por conhecer e experimentar Deus começaram a vir e literalmente milhares receberam Jesus Cristo.

A igreja se reunia em ginásios, na praia e em lares. Umterço da igreja era de judeus – a maioria conheceu Jesus na Vineyard. Deus estava operando, apesar dos enganos e erros, a medida que aquele povo se arriscava a ser parecido com Jesus e a comunicar as Boas Novas.

Muitos casais saíram para começar outras igrejas Vineyard na Califórnia com prioridade em louvor, relacionamento, cura, treinamento e misericórdia.

Em 1982, John Wimber e muitos outros pastores trouxeram suas igrejas para fazer parte da Vineyard, em função da coincidência da visão. Deus havia chamado John para pastorear, treinar e encorajar aqueles pastores naquilo que Deus tinha dado para eles.

Como resultado, Deus levou a Vineyard a abençoar e encorajar igrejas ao redor do mundo, como implantar novas igrejas. A Vineyard tem relacionamentos bastante afinados com outras denominações e pastores nas Américas, Europa, África e Ásia. A maioria desses relacionamentos através do ministério pessoal de John Wimber.

Deus, portando, tem mostrando que seu desejo para nós não é apenas de edificar a Vineyard, mas buscar Seu Reino e vê-Lo edificar Sua Igreja. Somos abençoados para sermos uma benção, amar o que Ele ama e dar de nós mesmos generosamente, não somente para ganhar os perdidos, mas para ver Sua Igreja renovada.

Em novembro de 1997, John Wimber faleceu, mas seu sonho para a Vineyard permanece, que é de buscar a Deus e cooperar com ele na implantação de Seu Reino.

Vineyard não é uma denominação, mas uma associação de igrejas, que cultivam os mesmos valores e princípios, sem abrir mão de sua individualidade.

É um movimento crescente de igrejas que busca combinar o melhor dos Evangélicos Tradicionais - ensino da Palavra de Deus - com o melhor dos Carismáticos e Pentecostais - manifestação do Espírito Santo.

As igrejas Vineyard nasceram do desejo de atender a necessidade contemporânea de um enfoque mais Cristocêntrico para o poder do Espírito Santo.

A Associação das Igrejas Vineyard foi fundada por John Wimber e reúne hoje mais de 1000 igrejas ao redor do mundo.

As igrejas Vineyard tipicamente enfatizam:

• Ensino Bíblico
• Adoração contemporânea
• A centralidade de Cristo
• Misericórdia, compaixão e graça
• Preocupação com o necessitado
• Oração pelos enfermos
• Respeito pelo Corpo de Cristo, com um todo
• Treinamento e aperfeiçoamento dos santos para o ministério
• Grupos caseiros


No Brasil as primeiras igrejas Vineyard surgiram no final dos anos 90, fruto do relacionamento de pastores brasileiros com igrejas Vineyard dos Estados Unidos. Líderes do Movimento como Bob Fulton e Mark Fields fizerem suas primeiras visitas ao país, conectando estas iniciativas e relacionamentos a partir de 1999.

Em 2001, organizou-se a Vineyard Music Brasil, para documentar a grande influência da música da Vineyard no país e gravou-se o primeiro álbum genuinamente nacional com traduções de músicas internacionais, na voz de integrantes das igrejas brasileiras. As músicas tornaram-se conhecidas em todo território nacional e em outros países de língua portuguesa.

Com o objetivo de proporcionar treinamento teológico para pastores e líderes, desde 2006 está em implantação o Instituto Bíblico da Vineyard.  Através do ensino à distância, o IBV visa a capacitação acadêmica, mas também prática dos alunos,  priorizando o envolvimento direto no ministério da igreja local.

A Associação Vineyard Brasil foi fundada em junho de 2010, com o objetivo de colaborar na plantação de novas igrejas e no avanço do Reinode Deus em nosso país.

Conhecendo nosso Valores

1. Nós valorizamos a busca por Deus. Estamos famintos de conhecer a presença de Deus, ouvirmos Sua voz e seguí-Lo firmemente. [1] 

2. Nós valorizamos a semelhança de Cristo. Desejamos que através do poder do Espírito Santo o amor, misericórdia, graça, verdade, pureza, poder e integridade de Jesus possam brilhar através de tudo o que somos e fazemos. [2]

3. Nós valorizamos a liderança do Espírito Santo. Honramos Jesus como nosso Cabeça e o Espírito Santo como nosso Conselheiro e o Administrador de nossas igrejas. Nós buscamos ser ativamente responsivos á liderança diária do Espírito Santo em nossas vidas pessoais e ministérios da igreja local. [3] 

4. Nós valorizamos a oração. Cremos que a oração é essencial, porque é nosso meio primário de comunhão com Deus, e porque é essencial para nossas vidas pessoais e ministérios na Igreja local. [4] 

5. Nós valorizamos o discipulado. Nosso objetivo é ensinar todos os crentes a crer nas palavras de Jesus, obedecer aos Seus mandamentos e fazer Sua obra. Nós almejamos primeiro crescer como discípulos de Cristo, e depois fazer com que outros sejam seus discípulos. [5] 

6. Nós valorizamos o Reino de Deus. Almejamos nos mover nos sinais do presente cumprimento do Reino, invocando a poderosa presença do Espírito Santo, ministrando através dos dons espirituais e vendo Deus curar e operar maravilhas. [6] 

7. Nós valorizamos a misericórdia de Deus. Cremos que a misericórdia é fundamental para tudo que Deus faz em salvação. Nós, portanto, almejamos estender misericórdia ao próximo e a todos que ministrarmos. [7] 

8. Nós valorizamos a integridade. É importante para nós, o falar a verdade, negociar honestamente e viver retamente. [8] 

9. Nós valorizamos a liderança que serve. Cremos que Cristo tem colocado significante autoridade e liderança nas mãos do pastor e outros líderes. Nós almejamos exercitar esta autoridade com humildade, abnegação, graça, cuidado pelas ovelhas e um sincero desejo de edificar o Corpo de Cristo. [9] 

10. Nós valorizamos o indivíduo, solteiro ou casado, e queremos gerar e apoiar relacionamentos maduros e desenvolvimento familiar. [10] 

11. Nós valorizamos a unidade. Estamos convencidos que todos os que pertencem a Cristo são um em seu corpo, a Igreja. Nós almejamos manter a unidade honrando todos que foram chamados em Jesus, procurando reconciliação com todas as partes da igreja. [11] 

12. Nós valorizamos os relacionamentos. Somos honrados com toda pessoa que Deus acrescenta á Vineyard. Nós almejamos trabalhar juntos para edificar a Igreja através do cultivo do respeito mútuo, comunicação ampla, cooperação determinada e crendo e falando o melhor a respeito uns dos outros. [12] 

13. Nós valorizamos a realidade. Almejamos andar no Espírito e ver as reais obras sobrenaturais de Deus. Queremos também trabalhar no plano natural baseados na liderança de Deus em conjunto com pensamento relacional excelente e afinado. [13] 

14. Nós valorizamos a simplicidade. Desejamos não fazer nada com “objetivo religioso” mas antes operar com naturalidade, e espontaneidade. Nós desejamos fazer o ministério de Cristo com alegria. [14] 

15. Nós valorizamos ser cultura contemporânea. Almejamos desenvolver uma atmosfera de conforto, e, falar, agir e nos vestir de forma que nossa cultura possa responder a nós de forma positiva. Por exemplo, nós refletimos este valor através da música de adoração que tem estilo popular. [15]

Nossas Prioridades Como Igreja em Busca do Reino

ADORAÇÃO


Nós desejamos adorar a Deus com o todo nosso ser. Nós queremos Jesus no centro como nosso Senhor. Nós temos fome da plenitude do Espírito Santo... Sua glória repousando sobre nós. [1] 
Nós desejamos desenvolver através do Espírito Santo um estilo de adoração que seja íntimo, dinâmico, atual e transformador de vidas. [2] 
DISCIPULADO


Nós queremos ouvir a Palavra de Deus ensinada de forma prática e inspirativa, em conjunto com Sua atual palavra profética. [3] 
Nós queremos ouvir e obedecer a Palavra de Deus a nós... queremos ser “praticantes da Palavra” que estão sendo transformados à semelhança de Cristo. [4] 
COMUNHÃO

Nós somos a família de Deus, um só corpo em Jesus Cristo, ligados como irmãos e irmãs eternamente. [5] 
Nós buscamos desenvolver juntos amizades reais, íntimas e edificantes, gerando uma aliança de amor, mútua responsabilidade e fidelidade. [6] 
MINISTÉRIO

Nós cremos que todos os cristãos são chamados para servir a Cristo no poder do Seu Espírito, de forma que a Igreja local seja edificada. [7] 
Nós somos chamados para cumprir o ministério de Cristo no mundo hoje, por exemplo:
• Pregando o Evangelho do Reino [8] 
• Persuadindo pessoas a arrependerem-se e crerem em Jesus [9] 
• Curando enfermos 
• Cuidando dos pobres e necessitados [10] 
• Aconselhando aqueles que precisam da sabedoria de Deus [11] 
• Ensinando os crentes a seguir Jesus [12] 
• Dando nossos recursos para a obra de Cristo [13] • Treinando cristãos para servirem ao Senhor [14] 

TREINAMENTO

Nós cremos que todos os cristãos deveriam ser treinados para “fazer a obra de Cristo”. [15] 
Nós somos comprometidos com o modelo de “falar e mostrar” e com o treinamento “em ação”, em que as pessoas em treinamento são introduzidas a cumprir as funções do ministério junto com pessoas experientes, que irão acompanhá-las durante e após a experiência de treinamento. [17] 
Nós almejamos proporcionar treinamento para todas as áreas de responsabilidade na vida cristã e ministério. [18] 
MISSÕES

Nós almejamos renovar, ajudar e desenvolver Igrejas enviando pessoal treinado em viagens ministeriais de curto prazo. [19] 
Nós almejamos edificar a Igreja de Jesus Cristo enviando pessoal treinado para plantar Igrejas ao redor do mundo. [20] 

Estrutura Teológica da Vineyard



A “Declaração de Fé” da Vineyard representa a principal corrente, o Cristianismo histórico. Ela é composta de muitas fontes. Primeiramente, as declarações de fé (credos) dos pais da Igreja. Nós cremos na Trindade, um Deus que subsiste em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo; e nas duas naturezas do Cristo encarnado, completamente divino e completamente humano ao mesmo tempo (Deus e Homem).

Em segundo lugar, como herdeiros da reforma, nós concordamos com Lutero, “que somente Ele pode fazer distinção entre a Lei e o Evangelho”. Deixamos de lado a salvação pelas obras e a mediação da Igreja, e concordamos somente com a “Justificação Pela Fé” do Apóstolo Paulo. Como os reformadores, nós concordamos que os “Papas e os Concílios podem errar”. Assim, nós aceitamos as Escrituras do Velho e Novo Testamentos como a Palavra de Deus escrita, como a única e absoluta autoridade para a Igreja. Apenas a Escritura (Sola Scriptura) é a regra final de fé e prática. E como os Reformadores, nós sabemos que “o nosso antigo inimigo permanece, sempre procurando nos desanimar na obra” (Lutero). A batalha espiritual faz parte da nossa realidade neste mundo. Enquanto vivemos no reino de Cristo, nós batalhamos contra o reino de satanás, sabendo que a vitória já foi ganha. É como Lutero cantava, “Deixe que os bens e os familiares se vão. Esta vida mortal também. O corpo eles podem matar. A verdade de Deus permanecerá. O seu reino é eterno.”.

Em terceiro lugar, nós abraçamos as idéias do Avivamento Evangélico do Século 18, conduzido por João e Carlos Wesley. Nós cremos na necessidade de uma conversão pessoal a Cristo por meio do “novo nascimento”, promovido pelo Espírito Santo, e na santidade pessoal como seu fruto obrigatório. O caráter de Cristo e as obras do reino: alcançar os perdidos, curar os enfermos, servir os pobres, trazer a justiça aos oprimidos, vem por meio desta obra transformadora. Como Dietrich Bonhoeffer escreveu, “Apenas aqueles que crêem podem obedecer, e apenas os que obedecem podem crer”.

Em quarto lugar, como herdeiros do “Grande Século das Missões Mundiais” (o século 19), e crendo que a “Grande Comissão” permanece, isto nos faz ser uma ‘Comunidade Missionária’, propositalmente. O chamado para a conversão e plantação de Igreja não é opcional. Como um movimento, nós existimos para trazer as nações á Cristo.

Em quinto lugar, nós também somos herdeiros dos avivamentos pentecostais e carismáticos do século 20. Nós recebemos bem esse fluir do Espírito na Igreja, enquanto permanecemos solidamente tradicionais em nossa teologia. Como a nossa “Declaração de Fé” diz: “Nós cremos no preenchimento ou na capacitação do Espírito Santo, freqüentemente como uma experiência consciente a fim de ministrarmos hoje. Nós cremos no ministério atual do Espírito Santo e…na prática...de todos os dons bíblicos do Espírito Santo”. Isto nos leva a uma ação: “Nós praticamos a imposição de mãos para a capacitação do Espírito, para a cura, e para o reconhecimento e capacitação daqueles a quem Deus ordenou para conduzir e servir a Igreja”.

Em sexto lugar, o “Movimento de Teologia Bíblica” nos ensina muito. Nós vemos que a fé no Novo Testamento é uma questão completamente “escatológica”. Isto significa que nós não estamos simplesmente esperando pelo fim das coisas, nós estamos vivendo essa época. A consumação das coisas já se iniciou com a vida, morte e ressurreição do nosso Senhor Jesus Cristo e o derramamento do seu Espírito no Pentecostes. Nós vivemos na tensão do reino que virá e que está vindo, do ‘já e não ainda’. Nós crescemos em santidade e plantamos igrejas sabendo que o reino está aqui, mas não na sua plenitude.

HISTÓRIA DA REDENÇÃO

A nossa “Declaração de Fé” oferece não apenas uma clara estrutura teológica, mas também a “História da Redenção”. Talvez antecipando a ênfase do Pós-Modernismo nas histórias, nós também temos uma história para contar. É a história do Reino, ou melhor dizendo, a estrutura da Trindade (como no Credo dos Apóstolos), que nos leva á nossa Declaração.

NÓS CONFESSAMOS

Ela confessa o Único Deus: Pai, Filho e Espírito Santo, como o verdadeiro e terno Deus, que é também criador e dominador de todas as coisas. E imediatamente somos levados ao tópico da rebelião de Satanás no céu e o seu contra-reino contaminando este mundo bom. Através da tentação que sofreram, os nossos pais “caíram da graça, trazendo pecado e enfermidade sobre a terra”. Como resultado disso, “Seres humanos nascem em pecado, sujeitos ao julgamento de Deus, que é a morte, e cativos do reino Satânico das trevas”.
    
Mas Deus continua dominando o Universo. Portanto, Deus agiu para reverter os efeitos da queda ao estabelecer seu pacto incondicional com Abraão, prometendo bênçãos para as nações ao libertar Israel da escravidão do Egito e dando a Lei por intermédio de Moisés. É seu propósito nos convencer do pecado e nos trazer “a Cristo para a salvação”. Depois, Deus estabeleceu um pacto incondicional com Davi, prometendo-lhe uma descendência que reinaria para sempre. Isto se cumpriu em Cristo, o Filho de Deus encarnado que é da linhagem de Davi, que restabelece o reino de Deus sobre Israel e o estende ás nações. 
    
No Credo dos Apóstolos, Jesus é descrito como o Filho de Deus “concebido pelo Espírito Santo,nascido da virgem Maria”. Mas a nossa “Declaração de Fé” não apenas cita a sua encarnação e expiação, mas também o seu ministério do reino. “Jesus foi ungido como Messias de Deus e cheio do Espírito Santo, inaugurando o Reino de Deus sobre a terra, sobrepujando o reino de Satanás pela sua vitória sobre as tentações pregando as boas novas de salvação, curando os enfermos, expulsando demônios, e ressuscitando os mortos. Reunindo seus discípulos, Ele reconstituiu o povo de Deus como sua Igreja para ser instrumento de Seu Reino”. Isto é crucial para a identidade da Vineyard. Jesus prega e ministra o reino, treina os discípulos para fazer o mesmo e repassa isso a cada geração da Igreja. E nós estamos nesta seqüência!
    
Através da “Declaração de Fé”, o ministério de Jesus atinge o clímax na sua morte e ressurreição. O significado da sua morte está classicamente expresso: “Em sua vida sem pecados e perfeita Jesus cumpriu as normas da lei, e em sua morte expiatória na cruz Ele recebeu o julgamento de Deus pelo pecado, o qual nós merecemos como ofensores da lei. Pela Sua morte na cruz Ele também desarmou os poderes demoníacos”. Agora Jesus é o Rei Soberano: “A aliança com Davi foi cumprida com o nascimento de Jesus proveniente da casa de Davi, seu ministério Messiânico, sua gloriosa ressurreição da morte, sua ascensão aos céus e seu governo atual à direita do Pai. Como Filho de Deus e herança de Davi, Ele é o eterno Rei e Messias, avançando o Reinado de Deus através de todas as gerações em todas as extremidades da terra hoje”.
    
Depois disso, a “Declaração de Fé” fala do derramamento do Espírito Santo no Dia de Pentecostes. “O Espírito traz a permanente ratificação da presença de Deus para nós para adoração espiritual, santificação pessoal, edificação da igreja, capacitação para o ministério e confrontação do Reino de Satanás, através da evangelização do mundo pela proclamação da palavra de Jesus e realização de sua obra”. Este ministério atinge o seu ápice com o glorioso e visível retorno de Cristo, com a destruição de Satanás, a ressurreição dos mortos e o julgamento final. Então, “Finalmente, Deus vai ser tudo em todos e seu Reino e Seu domínio serão completos nos novos céus e nova terra, recriados pelo Seu poder, onde Sua retidão habita e na qual Ele será adorado eternamente”.

CONCLUSÃO

A “Declaração de Fé da Vineyard” é também a sua “História de Fé”. Através de toda a Bíblia, Deus é o Rei, reinando por meio do seu Reino. A nossa Teologia identifica a extensão da revelação Bíblica da eternidade ao tempo, da criação á consumação. Ela enfatiza nossa identidade e nos educa na verdade. Ela nos protege da heresia e idolatria, e nos fortalece para o sofrimento e perseguição neste mundo caído. Ela também nos faz proclamar a nossa “Grande História”, a nossa “narrativa”. Conforme confessamos a nossa fé, e somos inseridos na sua história, isso reforça a nossa adoração e se torna uma arma de Guerra na nossa batalha para derrotar o reino de satanás, para subvertermos os sistemas mundanos e proclamarmos que “só Jesus é o Senhor”. “A Grande História” do reino se mistura com a nossa pequena história e descobrimos que fomos criados para isso! Ao vivermos a nossa fé, em proclamação e demonstração, nós contribuímos para o crescimento da Igreja. Através dos “sinais e maravilhas”, da evangelização do pobre, da cura dos enfermos, da expulsão dos demônios e da luta pela justiça, nós confrontamos a mentalidade secular e manifestamos a intenção de Deus em restaurar completamente esta criação decaída quando Cristo retornar. Assim, nós respondemos a pergunta: “Por que a Vineyard”?


Igrejas Vineyard no Brasil e pelo Mundo



A Associação de Igrejas Vineyard, também conhecida como Movimento Vineyard, é uma organização cristã com mais de 1.500 igrejas no mundo inteiro.[1]

História

Vineyard tem suas raízes no movimento Vineyard no começo dos anos 70. Em 1974, teve início por Kenn Gulliksoncrescendo e formando uma igreja em Beverly Hills. A igreja se reunia em ginásios, na praia e em lares, sendo que um terço de seus membros eram judeus. Muitos casais saíram e formaram outras igrejas. Em 1982, John Wimber e outros pastores trouxeram suas igrejas para fazer parte da Vineyard.
Curiosidade para os estudiosos da Vineyard: Don Williams é um dos teólogos mais respeitados do Movimento Vineyard

Organização

Vineyard tem uma estrutura organizacional altamente descentralizada, sendo assim uma assoicação de igrejas locais independentes uma da outras. Porém interligadas por relacionamentos a partir de sua membresia oficial (represetnadas pelos pastores sêniores das igrejas) nas Associações dos países a que pertencem.
Atualmente exitem cerca de 11 Associações de Igrejas Vineyard no mundo, sendo as mais antigas as associações dos Estados Unidos, do Reino Unido, da África do Sul e Canadá, e uma das mais recentes a Associação Vineyard da Costa Rica. As igrejas Vineyard no Brasil - oficcialmente reconhecidas pelo movimento - fazem parte da recém criada Associação Vineyard do Brasil, sendo sua diretoria composta essencialmente por líderes brasileiros.
A Associação Vineyard do Brasil mantém vínculo relaiconal e, no momento, supervisão do Departamento de Missões da Associação Vineyard dos Estados Unidos.
Existem ainda igrejas e plantações de igrejas Vineyard em muitos outros países e regiões como América Latina, África, Europa, Ásia e Extremo Oriente.

No Brasil

As primeiras Igrejas surgiram no início dos anos 90 nas cidade de Piratininga e Bauru. Atualmente existem igrejas em Itaperuçu-PR, Belo Horizonte-MG, Balnerário de Camboriú-SC, Coronel Fabriciano-MG, Recife-PE, Rio de Janeiro-RJ, Belford Roxo-RJ, Brasilia-DF, Mogi das Cruzes-SP, Região do Xingu no Pará(cerca de 25 igrejas), e ainda plantações de igrejas nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Alagoas e Pará.


Cantoterapia...Já ouviu falar???



A Cantoterapia trabalha a voz cantada, com exercícios vocais buscando na arte de cantar equilíbrio entre mente e corpo.
A pesar de muito antigo, podemos dizer que a frase "Quem canta seus males espanta" nunca caiu tão bem, em se tratando de terapia alternativa.
De todas as artes a música , quando expressa , através do canto, é a que mais atua no interior da emoção humana e melhor se comunica com o hemisfério direito do nosso cérebro que é o responsável pela emoção, pelos sonhos, novas idéias, criações e responsável direto por nosso estado de alegria ou tristeza. Quem não utiliza seu hemisfério direito do cérebro não libera endorfinas e não é feliz. 
Durante grande parte de nossas vidas buscamos cultivar somente as aptidões do hemisfério esquerdo que é verbal, racional, pontual e com isto, a outra metade do nosso cérebro , hemisfério direito, não é desenvolvida ou desenvolve-se muito pouco ao longo da nossa existência.

OBSERVAÇÃO:
A música tem poder curativo. Melhora a respiração, desenvolve a auto estima, auto-confiança e auto-valorização.

Apoio:





Disfonia - Voz Rouca



Disfonia é o nome técnico que se dá para rouquidão. 

A plasticidade da voz é demonstrada nas diferenças individuais como integrante da identidade do indivíduo. A voz evidencia características físicas, sociais e psicológicas de cada um de nós e manifesta sensivelmente qualquer ruptura do equilíbrio nestas áreas.
Quando um desequilíbrio psicológico acontece, seja por medo, raiva, depressão, conflito nas relações interpessoais ou reação de conversão, o indivíduo inconscientemente pode transformá-lo num sintoma vocal. . Mas quando não há uma base física ou estrutural que justifique a desordem vocal do indivíduo e a sua história revela conflitos psíquicos subjacentes então podemos pensar em disfonia psicogênica. 
Esta desordem vocal apresenta formas variadas de manifestação desde o mutismo de conversão até uma disfonia com grande variabilidade nas características sonoras. 
As relações entre o sintoma vocal é o simbolismo que ele representa ainda necessita de mais profundas investigações. É necessário uma avaliação caso a caso, como meio de conhecer a história e avaliar suas possíveis causas. . A terapia vocal sintomática atua sobre o mecanismo vocal, procurando restabelecer uma voz melhor. 

Mas a principal causa da rouquidão  ( DISFONIA) ainda é a falta de conhecimento sobre as noções elementares dos princípios que regulam e regem a função auditiva, respiratória e vocal.  

Preservação da Voz



Higiene e Conservação da Voz

A higiene vocal implica asseio, ou seja, cuidados com a saúde em geral e, particularmente, com a saúde dos aparelhos responsáveis pela voz. É imprescindível também o treinamento constante, o aperfeiçoamento das técnicas vocais e seu manuseio.
A arte do canto poderia ser resumida em saber usar a voz, ter uma afinação, um gosto musical e uma veia interpretativa. Vozes não trabalhadas nunca renderão como as que sofreram a interferência das técnicas de respiração, controle muscular, afinação e impostação.
Lembre-se de que o aparelho fonador é um instrumento musical vivo, faz parte de nosso organismo e requer cuidados, pois é delicado e depende muito do estado geral da saúde física e emocional. É na voz que temos a drenagem de nossas emoções, demonstrando os mais íntimos desejos. Cuidar bem da saúde vocal é cuidar de nosso estado emocional, transmitindo as sensações fortes, dramáticas, singelas, puras e simples. Não se pode abusar da voz apenas por ter uma boa técnica vocal. Respeite seus limites.
Abaixo, relacionei o canto a vários itens que muito prejudicam a saúde vocal e, consequentemente, sua saúde.
Poluição: Aqueles que moram em grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, etc., sofrem a interferência direta da poluição sobre a saúde. Não nos damos conta do mal que é feito pelas partículas poluidoras em suspensão no ar lançadas por automóveis, fábricas e outros meios.
Apesar de o nosso organismo ter uma boa capacidade para adaptar-se a ambientes e circunstâncias, existe um limite para tal tolerância.
Cantor: “aconselho esquivar-se de lugares fechados, enfumaçados, poeirentos e próximos de fábricas poluidoras, pois os danos serão em seu aparelho respiratório”.
Fumo: Não é novidade que a prática do tabagismo é muito prejudicial à saúde, em geral. Para o cantor, a prática desse vício trará problemas ainda maiores.
Quando se traga um cigarro, ingerimos uma quantidade absurda de partículas. Não há nas vias aéreas muco suficiente que consiga prender o grande volume dessas partículas inaladas em cada tragada. Boa parte dessas partículas, indesejáveis ao organismo, entra nos pulmões e é posteriormente absorvida pelo sangue.
Depois os pulmões, o órgão que mais sofre é o coração, pois as partículas chegam à circulação realizando o trabalho de enrijecimento das artérias. Devido à presença dessas substâncias indesejáveis, os receptores nervosos provocam a contração dos brônquios, tentando impedir a entrada da fumaça nos pulmões. A pressão nos vasos pulmonares aumenta fazendo com que o coração, que bombeia o sangue aos pulmões, duplique seu trabalho.
Fumantes inveterados apresentam uma voz defeituosa, destimbrada e de difícil afinação. Sem brilho.
Como você pode notar, o tabagismo não é responsável apenas pelo câncer nos pulmões, mas está associado também a outros tipos de moléstias.
Se você deseja ser um bom cantor, com voz limpa, bem timbrada e afinada, não fume ou desista desse vício. O cigarro em nada poderá colaborar para torná-lo um excelente cantor, apenas trará prejuízos incalculáveis à sua saúde. Pense nisso.
Álcool: Pesquisas realizadas constataram que o álcool tem influência direta sobre a mucosa e indireta no sistema vascular, prejudicando duplamente a laringe.
Aconselho o consumo moderado de bebidas alcóolicas. Cada um deve conhecer seu organismo, seu corpo.
É muito comum artistas consagrados dizerem que para subir no palco precisam tomar um aperitivo com forte teor alcoólico, com o argumento de a bebida encorajar o indivíduo a enfrentar um grande público. 
Porém, já foi explicado que o álcool tem um efeito psicológico nos artistas e não faz bem algum. Se você se encaixa no exemplo acima, em que a bebida é um estímulo para “encarar” a realidade, procure descobrir uma outra forma de estímulo que não interfira em seu organismo. Tome um chá, faça uma prece, medite, reze.
Aposto que o efeito será muito melhor.
Frio: Aconselho um cuidado especial em regiões muito frias ou em épocas de baixa temperatura, pois usamos a respiração mista enquanto cantamos, ou seja, respiramos pela boca e pelo nariz.
O ar, ao entrar pela boca, não sofrerá o pré-aquecimento ocorrido nas narinas. Além das impurezas que carrega, o ar invadirá os pulmões numa temperatura diferente da temperatura do corpo. Consequentemente, é preciso cantar em locais aquecidos.
Evite correntes de ar. É comum observarmos cantores profissionais sempre com uma proteção no pescoço, um cachecol, por exemplo, pois é muito importante evitar a friagem nesses músculos.
Gelado: Não indico qualquer bebida gelada. O resultado seria o mesmo que colocar uma panela quente dentro de uma pia com água fria. Quando ingerimos algo muito gelado, nossa garganta tende a demonstrar uma ligeira dor. Evite-o.
Alimentação: A alimentação deverá ser a mais sadia possível. Antes de uma apresentação, alimente-se com produtos leves. Como frutas, verduras, legumes e evite cantar de “barriga cheia”.
Barulho: Quando estamos num local onde o ruído é exagerado, ficamos irritados. Isso mexe diretamente com nosso sistema nervoso, transparecendo diretamente na voz. A tendência será sempre tentar cantar mais alto que o ruído, forçando, assim, todo o aparelho fonador.  Evite tais lugares.

Percepção Musical



O cérebro divide-se em dois hemisférios: o esquerdo, que é responsável pelo raciocínio, pela percepção da linguagem musical, da teoria e do ritmo; e o direito, que é responsável pela criatividade e processa a percepção dos diferentes timbres, da altura das notas e das melodias. Um bom músico deve procurar desenvolver os dois lados do cérebro para atingir maturidade musical plena.
Se, por acaso, eu mostrasse uma “caneta” e perguntasse: o que é isto? Você diria: é uma caneta! Parece óbvio, mas se eu tocasse no piano algumas notas e pedisse para identificá-las apenas auditivamente, seria tão óbvio assim? Na grande maioria dos casos não, mas por que isso acontece?
Estamos acostumados a prestar mais atenção nas coisas que vemos do que nas coisas que ouvimos. Pesquisas mostram que nos lembramos de 50% do que vemos e apenas 10% do que ouvimos, o que significa que o som é relegado a uma posição inferior à da visão, em termos de percepção. O som do acorde não é visível como a caneta, e não possui massa. Certamente, mesmo de olhos fechados, apalpando a caneta, poderíamos reconhecer o objeto. Para desequilibrar de vez o ranking das percepções, devemos acrescentar a dessensibilização auditiva ocasionalmente pela excessiva exposição de nossos ouvidos ao “ruído urbano”, que faz com que criemos um filtro de ruídos, que aumenta ainda mais nossa dificuldade de perceber sons. Matéria-prima dos músicos é o som e, portanto, temos obrigação de reverter esse processo de dessensibilização reaprendendo a “ouvir”, reaproximando-nos dele para que possa reapresentar sempre a expressão real de nossa sensibilidade.

Estágios da Percepção

Podemos dividir a habilidade de ouvir em quatro estágios:
Existem indivíduos que não conseguem ouvir devido a problemas físicos (surdez), ou psicológicos (incapacidade de ouvir sons).
Outros ouvem, mas não conseguem memorizar os sons e, conseqüentemente, apresentam dificuldades para cantar afinado.
Há aqueles que ouvem, memorizam e reproduzem o que ouviram como se fossem gravadores.
Por último, temos aqueles que ouvem, memorizam e reproduzem um som, além de conseguirem entendê-lo musicalmente.
Esses estágios são individuais e a mesma pessoa pode apresentar estágios diferentes para conceitos musicais diferentes (por exemplo, ouvir e entender musicalmente todos os intervalos e não conseguir reconhecer o timbre de um instrumento musical).
Estudando e Desenvolvendo sua Percepção
Você consegue acompanhar uma música estalando os dedos na pulsação correta? Consegue cantar uma melodia afinada com o cantor? Lembra-se com facilidade e melodias? Diferencia todos os instrumentos de uma música? Se a maioria das respostas foi NÃO é bom você prestar atenção nas sugestões que apresentarei a seguir.
Utilize seus instrumentos mais próximos: a voz, as mãos, os pés e o corpo em geral. Cantar ajuda a memória auditiva e bater os pés ou as mãos e estalar os dedos melhora sua precisão rítmica e a execução no tempo.
Faça exercícios de leitura cantando, estalando os dedos e exercícios com ditados (ouça os exercícios do CD e tente escrever as notas num papel, por exemplo).
Não dedique menos tempo de estudo à percepção do que à técnica vocal. Ouça muita música e tente tirar músicas ou solos, pois são ótimos exercícios também.
Nenhum método de ensino musical é completo sem o estudo da percepção musical. Dirijo-me principalmente aos cantores, mas todos os princípios aqui apresentados podem ser utilizados por quaisquer instrumentistas ou apreciadores de música.
A Musicalização infantil é fundamental, pois exige muito da percepção, em um momento no qual a criança assimila tudo com incrível facilidade, sendo de grande valia na idade adulta. Se você tem filhos, cante os exercícios já propostos nos últimos capítulos, pois as crianças, como mencionado, têm muita facilidade de memorização auditiva.

Caso você se considere detentor de um ouvido HORROROSO, acalme-se, pois hoje, devido ao avanço da Pedagogia Musical, conseguimos resultados impressionantes, basta ter
FORÇA DE VONTADE e PERSISTÊNCIA!!!

Identificação dos Sons



Toda a nossa experiência auditiva está voltada à identificação dos sons. Um miado de gato, uma torneira pingando e a voz das pessoas. Estamos muito mais interessados na natureza do som do que no lugar de onde ele vem. Os sons se afunilam ao entrar em nosso sistema auditivo, é como se a natureza jogasse fora a oportunidade de localização do som e temos que nos preocupar com isto observando, a partir de agora, de onde vêm os elementos sonoros que estamos ouvindo: da direito, da esquerda, do chão, do alto. Os animais fazem essa localização com muito mais freqüência e naturalidade. Observe um gato, ao ouvir e pressentir outro animal, movimenta suas orelhas a fim de calibrar sua audição. Isso significa que, com o passar dos milênios, perdemos a mobilidade de nossas orelhas, deixando de identificar, por exemplo, a presença de um violino à esquerda, de um baixo à direita, de sopros ao fundo quando assistimos a uma orquestra.
Mesmo perdendo um pouco desta mobilidade auditiva não somos tão ineficientes na localização dos sons. No entanto, as corujas são as campeãs, observam suas caças auditivamente com uma margem de erro ínfimo.
Ressonadores Vocais e os Órgãos Articuladores
O som produzido na laringe seria praticamente inaudível se não fosse amplificado e modificado pelas caixas de ressonância próximas à laringe. Para a técnica vocal (o canto), daremos especial atenção aos ressonadores da face. São eles: cavidade da boca, cavidades do nariz e os seios paranasais, chamando-os de ressonadores faciais ou voz facial. É esta voz facial que o cantor, seja qual for sua voz, deve e precisa desenvolver. Uma voz que não explora essas ressonâncias, mesmo sendo uma voz forte, será uma voz sem brilho e sem qualidade sonora. A voz bem colocada tem penetração, beleza e qualidade.
A voz não impostada, não trabalhada, geralmente é apoiada na garganta, emitindo, assim, sons imperfeitos, sem brilho, mesmo que o timbre seja muito bonito e agradável.
Você já deve ter ouvido falar em “cantar na máscara”, ou seja, utilizar os ressonadores faciais. Observe os ressonadores faciais fazendo este simples teste: coloque uma das mãos encostadas no “Pomo de Adão”, que é a saliência da laringe e a outra entre o lábio superior e o nariz, apenas encoste a mão. Não faça força nem aperte. Com a boca fechada produza um som qualquer, como um “HUM”. Se observar uma vibração no “Pomo” você está apoiando a voz na garganta e não nos ressonadores faciais, caso a vibração maior seja abaixo do nariz você estará no caminho certo, utilizando esses ressonadores faciais. Não se preocupe, faremos outros exercícios para tal desenvolvimento.
Uma voz que não utiliza os ressonadores faciais tende a provocar um desgaste obrigando o cantor a um esforço desnecessário e, sem dúvida, sua voz será envelhecida prematuramente.
Impor a voz na face não significa forçá-la nos ressonadores faciais com excessos de emissão e sim emiti-la de forma fisiológica sabendo explorá-la de maneira natural.
Os órgãos articuladores são: os lábios, os dentes, a língua, o palato duro, o véu palatar e a mandíbula e são encarregados de transformar a voz em voz falada ou cantada. Qualquer deficiência de articulação irá dificultar o entendimento do que se canta.
É importantíssimo saber pronunciar bem as palavras de acordo com o idioma e suas regras, explorando os articuladores na forma correta dos vocábulos. A cavidade bucal sofre diversas alterações de tamanho e forma pelos movimentos da língua, considerada como o principal órgão da articulação, pois apresenta uma enorme variabilidade de movimentos pela ação dos seus músculos.
Abertura da Garganta
Quando comemos alguma coisa que está muito quente, instintivamente abrimos a boca aumentando o espaço interno dela para que a língua e o palato, céu-da-boca, fiquem o mais afastado possível desse alimento quente, então, quando bocejamos, a língua desce e o palato mole se eleva.
Para entendermos melhor vamos fazer uma experiência?
Vá até o espelho, de preferência o de seu toalete pois deve ser bem iluminado, abra bem a boca e repare no posicionamento da língua e do palato mole (ele está ligado à úvula, mais conhecida como campainha, e quando esta sobe eleva o palato mole junto). Repare o movimento da língua e do palato mole.
Ouve um aumento considerável do espaço interno da boca, não é?
Posição da boca
É necessário que se abra a boca para que o som seja projetado melhor, repare os cantores de que você mais gosta, mesmo com estilos diferentes, todos abrem bem a boca para cantar.
O maxilar deverá estar bem relaxado procurando não projetá-lo para frente ou para os lados, a língua deverá ser mantida na maior parte do tempo abaixada e relaxada.

Comentários sobre as causas dos erros da
 técnica e sobre suas conseqüências:

As causas que levam aos erros de técnica são extremamente variadas. Dependendo das pessoas, elas podem alterar, mais ou menos gravemente, as características do timbre, assim como os órgãos vocais, e modificar o gesto respiratório.
As principais causas são:
1 - A falta das noções elementares das leis que regulam a função respiratória e vocal. Daí advêm os erros de técnica que culminam nas anomalias importantes do gesto vocal.

2 - Os métodos empíricos baseados sobre uma experiência pessoal ou na pesquisa de um timbre particular, imposto por um professor de canto e que não corresponde à voz natural do cantor, nem a sua conformação, nem às suas possibilidades.

3 - A classificação prematura, o erro de classificação ou a desclassificação voluntária, razões estas que maltratam a voz, que a cansam excessivamente ou a deterioram.

4 - O uso da voz profissional antes que a técnica esteja corretamente assimilada ou que a interpretação dos papéis não corresponda às possibilidades do cantor.
A prática do canto coral, amador ou profissional o que favorece o maltrato e o cansaço excessivo, principalmente se a pessoa está usando sua voz numa classificação errada.

5 - O maltrato vocal, trata-se de uma intoxicação lenta e progressiva que se instala insidiosamente e intervém após um excesso de trabalho. Encontra-se isto, particularmente naqueles que procuram um hipertimbre. No início não há lesão, mas as alterações das cordas vocais aparecem depressa e aumentam com o tempo. Concomitantemente, há hipersecreção e pigarros e as cordas vocais tornam-se rosadas, depois vermelhas e deformadas. Estas perturbações aparecem, geralmente, nos cantores que não se preocupam com a respiração, ou quando esta se encontra mal-adaptada. Também naqueles que recebem orientações errôneas, nos que são mal e/ou prematuramente classificados. Enfim, quando há uma má higiene vocal e geral.
A fadiga vocal excessiva é a conseqüência de esforços prolongados tais como: notas sustentadas muito tempo, abuso de notas agudas, ou trabalhar a voz quando há rouquidão. As cordas vocais ficam vermelhas assim como os órgãos vizinhos. As modificações da forma das cordas vocais e de sua tensão aparecem logo depois.Tanto para o maltrato como para a fadiga excessiva, a musculatura perde sua agilidade e sua resistência. Segue-se uma diminuição do rendimento vocal, assim como modificações das particularidades acústicas do timbre que podem ir da voz velada à mais discreta chegando à rouquidão persistente e às deformações das cordas vocais, portanto a uma incoordenação entre o trabalho dos órgãos vocais e respiratórios.
Estas diferentes causas terão repercussões sobre a respiração, seja por que a maneira imposta de respirar não é fisiológica, seja por que o cantor tem dificuldades próprias.

Eis aqui as mais importantes causas destas dificuldades.

A respiração invertida. O ar é tomado na parte superior do tórax e determina esforços no nível dos ombros, do pescoço e dos músculos laríngeos. Durante a fonação, o ventre se contrai, se imobiliza, é o bloqueio diafragmático, o que torna impossível os movimentos naturais deste músculo. A voz é áspera por falta de agilidade da musculatura respiratória.
Os movimentos respiratórios exagerados são acompanhados por uma capacidade respiratória muito grande, por uma dilatação exagerada dos alvéolos pulmonares, podendo provocar o enfisema e fazendo com que a voz se eleve muito. Com freqüência ao emitir notas agudas, o cantor eleva toda a parte superior da caixa torácica e inspira o máximo de ar. Ele confunde capacidade e pressão.
A rigidez muscular tem como conseqüência uma capacidade insuficiente e impossibilita a adaptação do gesto respiratório ao da emissão, devido à ausência do jogo diafragmático.
A respiração costal-superior nos dois tempos da respiração. Somente a parte superior da caixa torácica mexe. Este modo de respirar tem como conseqüência uma hipertonia da musculatura abdominal, que nos momentos de forte intensidade ou no extremo agudo é obrigada a um acréscimo de trabalho.
A abertura exagerada das costelas sobre as quais o cantor toma apoio. Isto limita a possibilidade de movimento da cinta abdominal bem como sua agilidade.
Os movimentos da parede abdominal são muito exagerados e são feitos em detrimento da abertura lateral das costelas e do trabalho da musculatura dorso-lombar. Ou encontramos contração, somente no nível da cavidade epigástrica, por falta de tonicidade do grande reto, ou a parte superior deste músculo é empurrada para a frente no momento da fonação.
O trabalho do grande reto é mal compreendido. Ao invés de relaxar na inspiração, ao mesmo tempo que a parede do abdômen, ele se contrai e é empurrada para a frente, o que limita os movimentos abdominais.
A falta de tonicidade da cinta abdominal que não pode, desta forma, desempenhar seu papel de sustentação. A voz é velada e lhe falta intensidade. A inspiração é normal, mas o ventre é empurrado para a frente durante o canto.
Os movimentos inspiratórios são desproporcionais e não estão relacionados com a quantidade de ar inspirado. Neste caso, a capacidade pode ser insuficiente ou exagerada.
Na maioria dos casos, as imperfeições do gesto respiratório impedem ou limitam a subida do diafragma. Decorrem disto, esforços de compensação, especialmente no pescoço, nos órgãos laríngeos e peri-laríngeos. Fica difícil regular e sustentar a respiração em função das exigências da música, o que leva mais ou menos rapidamente aos problemas de emissão devidos a um trabalho mal distribuído, excessivo ou insuficiente, conforme cada caso. A laringe fica prejudicada nos seus movimentos naturais, a faringe modifica seu volume, as cordas vocais coaptam demais ou de modo insuficiente, daí se seguem as alterações do timbre, as modificações da duração, da intensidade e da altura tonal.
No que diz respeito à articulação, as dificuldades observadas, geralmente decorrem de orientações errôneas, por desconhecimento das regras da fonética, de emissões que utilizam atitudes anormais determinando uma rigidez muscular, ou pela falta de tonicidade.É preciso impedir: a abertura da boca em altura na maioria das sílabas (o que abafa a voz e deforma a articulação), a posição transversal exagerada dos lábios, de modo pouco estético e pouco habitual. E, ainda, evitar a rigidez da mandíbula, a expressão crispada do rosto, os movimentos inexatos da língua e o tremor a que ela é submetida nos agudos, às vezes mesmo em toda a extensão vocal. Este defeito muito difundido, indica uma sonoridade que não encontrou seu lugar, que mexe com cavidades mal-adaptadas ao som da laringe e, sobretudo, a um sopro mal direcionado ou, ainda, a um excesso de pressão. Isto começa com um tremor regular associado a um vibrato exagerado que pode levar à voz caprina.Freqüentemente ressaltamos ao longo deste trabalho, - dada sua interação com os órgãos circunvizinhos -, a importância dos movimentos articulatórios, pois é por seu intermédio que as sonoridades vocais são criadas e que certos problemas de timbre podem ser corrigidos.É evidente que todo cantor, que deseje ser compreendido, deveria respeitar certos princípios. Se os oradores cometessem os mesmos erros, utilizassem as mesmas deformações da articulação que observamos em alguns cantores, eles também não seriam compreendidos. Algumas pessoas argumentarão que a voz cantada exige movimentos e tensões mais desenvolvidas que a voz falada. Mas, já que existem cantores dotados de uma voz poderosa cujo texto é percebido inteiramente e atravessa a ribalta, por que não deveria ser igual para os outros? É normal escutar certos cantores e não saber em que idioma eles cantam?
Temos que observar atentamente as posições da laringe, localizada muito em cima ou muito embaixo em relação à altura tonal. Nestas condições é fácil imaginar o esforço pedido à toda a musculatura circunvizinha para impedir a laringe de executar os movimentos de ascenso ou descenso e o incômodo imposto à articulação.
A posição muito baixa da laringe pode ser conseqüência de uma má-adaptação do bocejo. Este procedimento pode ser utilizado, pois bocejar nos permite tomar consciência de que os pilares, o véu palatino, assim como a parede faríngea estão em tensão muscular e provocam o alargamento transversal das cavidades de ressonância. Ele não é ineficaz nem perigoso, desde que se leve em conta que bocejar exige uma enorme tensão da musculatura, a ponde de provocar, simultaneamente, um recuo da língua em direção à hipo-faringe o que impõe o abaixamento da laringe e impede os movimentos destes dois órgãos (figura 30). Podemos pensar no bocejo quando se trata da musculatura velo-faríngea, isto pode ser útil em alguns casos, desde que isto não impeça a mobilidade da língua e da laringe.Podemos observar cantores cuja laringe está sempre posicionada muito em cima e desta forma há falta de flexibilidade. Nesta atitude excessiva, a base da língua se eleva e se contrai exageradamente contra o véu palatino, o que diminui o volume da cavidade faríngea.
Estas duas posições extremas são muito usadas como base da técnica do canto. Elas são anti-fisiológicas, por que impõem ao mesmo tempo uma coaptação excessiva das cordas vocais, uma modificação do timbre, uma pressão expiratória intensificada demais, assim como uma má união faringo-laríngea.
No que diz respeito à emissão vocal, devemos abolir tudo aquilo que incomodará ou impedirá a acomodação das cavidades supra-laríngeas ao som emitido pela laringe:
buscar um timbre específico, muito claro ou muito sombrio, o exagero das ressonâncias guturais, palatais, faríngeas e nasais, indica sempre, uma péssima distribuição das zonas de ressonância.
o esforço para colocar a voz na frente, mesmo nos momentos de grande potência - o que incita a empurrar - quando todos os fenômenos acústicos são experimentados no interior dos órgãos.
a voz na máscara ou sobre os lábios.
o abuso de certos apoios que representam esforços excessivos.
cantar muito alto ou baixo demais, muito grave ou muito agudo em relação às possibilidades naturais. Insistir demais sobre notas agudas ou em passagens extensas.
inclinar a cabeça para frente, o que impede os movimentos laríngeos e indicam a pesquisa da voz na parte anterior da cabeça.
o “golpe de glote” ou tomada da nota por baixo que resulta da falta de sincronização entre a pressão sub-glótica e a postura das cavidades faringo-laríngeas.
treinamento vocal sempre na mesma vogal.
abuso da voz de cabeça que, não sustentada pode levar à voz de falsete.
uso abusivo do portamento o que indica a falta de sinergia entre os órgãos vocais e respiratórios.
Todas estas pesquisas ou abusos do gesto vocal vão determinar, principalmente, um comportamento de esforço que terá conseqüência sobre o timbre da voz.
Serão alterações tais como:
A voz estridente, que é o resultado de uma voz clara demais, exageradamente brilhante e localizada na frente. O cantor força sua laringe que está muito no alto. Suas cordas vocais coaptam fortemente, a língua contraída recua em direção ao véu palatino, este último participando também do esforço. Os ressonadores estão contraídos e seu volume diminuído. Pouco a pouco surgem as dificuldades nas notas graves, mas principalmente nas agudas, assim como nos sons ligados e nos sons ppp.
A voz obscurecida é uma voz que comporta muitos harmônicos graves. A laringe se fecha mal, falta firmeza aos ressonadores assim como para os órgãos articulatórios. Desta forma, a voz não chega aos ressonadores e não tem chance. O gasto de ar é excessivo, a articulação é indiferenciada, incompreensível, há falta de clareza na articulação das vogais e consoantes.
A voz gutural; nela a respiração é rígida e fornece um excesso de pressão. A faringe está contraída na sua totalidade. A língua apoiada atrás atrapalha os movimentos naturais da articulação, assim como os da laringe.
A rouquidão passageira. Se após meia hora de canto, a voz falada enrouquecer, isto indica uma classificação errônea, cansaço vocal devido aos esforços vocais, maltrato por ter cantado enquanto jovem demais ou durante muito tempo seguido, uma técnica mal assimilada ou, ainda, quando o cantor canta partes muito difíceis para ele.
A voz velada pode ser um problema passageiro ou permanente. É o resultado do funcionamento defeituoso dos órgãos vocais e respiratórios que podem levar à uma falta de tensão das cordas vocais. É uma voz despojada de harmônicos agudos.
A voz branca, fraca, sem timbre, indicando não somente uma pressão expiratória insuficiente, mas também uma falta de tonicidade da cavidade faringo-laríngea. A língua achatada e mole obriga a laringe à uma posição muito baixa.
Falta de homogeneidade na voz. Se caracteriza por zonas destimbradas. As vogais claras são estridentes, as abertas estão engrossadas e as nasais nasalizadas demais. Ainda se constata a existência de passagens, de falhas na voz, das fífias e dificuldades para os sons ligados e semi-tons.
A voz caprina é sempre o resultado, mais ou menos rápido, de uma emissão forçada, uma respiração mal dosada, um mal direcionamento do sopro, ou seja, uma técnica defeituosa. Ela acontece num dado momento quando o cantor não consegue mais manter o esforço. O resultado é uma espécie de tremor muscular que se propaga a todos os órgãos, movimentos convulsivos da mandíbula, da língua, do queixo, da úvula, perceptíveis à visão e à audição. Há uma variação de altura e intensidade.
A diminuição da intensidade, as dificuldades com os semi-tons, com os sons ligados, a duração insuficiente do sopro, a falta de homogeneidade, a evidência das passagens, dos registros.As dificuldades surgem pouco a pouco, imperceptivelmente e após um período que parece normal, seguido de uma fase de dificuldades crescentes, quando aparecem as alterações ou as lesões das cordas vocais.

Os sinais que permitirão distinguir estas anomalias variadas são os que o professor de canto escuta e vê.

Os problemas de timbre são tão numerosos que é preciso tentar definir as suas causas. Estão entre elas:
a formação com esforço: órgãos contraídos, rigidez generalizada, pescoço entumecido, veias salientes e menos freqüentemente a falta de tonicidade.
a posição anormal da boca, da língua, a articulação apertada, a mandíbula contraída e o rosto crispado.
elevação ou abaixamento excessivo da laringe.
a má acomodação das cavidades supra-laríngeas ao som da laringe.
a respiração mal-feita e mal-utilizada.
Os problemas dos quais o cantor se queixa:
cansaço vocal, sensação de tensão interna excessiva, mal localizada na faringe, sensação de comichão, de ardor ou de secura da garanta, a vontade de pigarrear e mucosidades.
dor unilateral, incômodo para deglutir e crispações de um lado.
Finalmente, aquilo que o Laringologista constata:
O exame da laringe mostra problemas congestivos, após a repetição destes traumatismos laríngeos que correspondem a erros de técnica. Inicialmente, as cordas vocais se apresentam túrgidas depois elas se tornam rosadas e logo a seguir vermelhas. A hiperemia passageira da mucosa desaparece após algumas horas de descanso. Ela indica um desacordo entre o órgão vibrador - a laringe, e o órgão ressonador - as cavidades supra-laríngeas. Estas incoordenações motoras, que repercutem desfavoravelmente na emissão vocal, obrigam as cordas vocais a um trabalho de suplência secundário.
Duas disodias importantes afetam os cantores de modo particular. São elas: a monocordite e a hemorragia sub-mucosa. A primeira geralmente aparece após os esforços vocais prolongados: cantar numa tessitura aguda demais, ou com uma intensidade exagerada, ou trabalhar muito tempo as notas do extremo agudo, em suma, trabalhar em excesso.
A hemorragia sub-mucosa aparece bruscamente, com tendência a reaparecer depois de um esforço violento: notas agudas forçadas, sustentadas durante muito tempo etc. Uma das cordas torna-se vermelha e a voz desaparece subitamente. Após um repouso forçado, estas disodias regridem, mas voltam se as causas não são suprimidas.
Um problema freqüente nos cantores é o nódulo ou nódulos de uma ou das duas cordas vocais. Incontestavelmente este é o sinal de uma técnica errônea e de esforços contínuos.
Como conseqüência das deformações, elas apresentam duas fendas glóticas. Disto decorre um escape de ar que o cantor trata de compensar juntando-as fortemente, senão a voz fica velada.
Ainda como conseqüência dos esforços vocais ou do cansaço excessivo, podem ocorrer deformações das cordas vocais que influirão no fechamento glótico. Uma das cordas ou as duas estão hipotônicas, ou não coaptam na parte posterior. Elas estão flácidas e flutuantes. O movimento vibratório fica alterado e sua amplitude diminuída. A voz é velada

GENERALIDADES

Dadas as conseqüências que podem intervir sobre as cordas vocais, portanto sobre o rendimento vocal, é normal que os cantores sejam informados que, como os oradores, eles estão à mercê das perturbações funcionais ou orgânicas. Particularmente os esforços impostos aos órgãos da respiração ou da fonação podem, com o passar do tempo, ou bruscamente, ocasionar problemas orgânicos. Do mesmo modo as lesões ou inflamações podem degenerar em problemas funcionais, que repercutem um sobre o outro e se mantém mutuamente. Trata-se finalmente de um círculo vicioso do qual só se pode sair tentando-se a lesão ou as inflamações bem como cuidando de reestabelecer uma emissão fisiológica adequada, eliminando rapidamente os problemas causados.
É preciso assinalar, também, que todo trabalho excessivo, toda emissão ou respiração mal realizada, implica não somente na diminuição das possibilidades vocais, mas também provoca a hipersecreção, isto é, muco, que neste caso não desaparece apenas com tratamento local, mas sim pela aquisição de uma técnica adequada.
Os cantores devem suspeitar de todas as infecções dos órgãos supra-laríngeos (rinite, sinusite, faringite etc) mesmo temporárias, que criam mucosidades que irão descer para a laringe e infectá-la, assim como as obstruções ou desvios importantes das fossas nasais. Portanto tudo aquilo que possa atrapalhar a respiração e a distribuição das zonas de ressonância. Todas as condições que modificam as características acústicas do som, determinam as dificuldades vocais e incitam ao esforço.
Esses fenômenos congestivos da faringe e da laringe devem ser tratados, porque eles podem tornar-se crônicos, provocar tosse e pigarros traumatizando, desta forma, as cordas vocais. Esses estados congestivos podem provir dos brônquios ou dos pulmões e provocar mucosidades. Estas podem, também, provir do tubo digestivo. Realmente, todas as alterações deste órgão ou dos intestinos (úlceras, colite etc) podem levar a dificuldades vocais por via reflexa. Reações vaso-motoras no nível das vias respiratórias aéro-digestivas podem aparecer, assim como mucosidades criam um terreno favorável às lesões inflamatórias. Além disso existirá também uma perturbação respiratória. Dada a hipersensibilidade da musculatura abdominal, esta fica impedida de desempenhar seu papel de sustentação o que reduz os movimentos do diafragma. Progressivamente, a voz torna-se hipotônica e perde seu timbre, sua potência e seu alcance.
Enfim é importante mencionar o que parece incompatível com a carreira lírica:
As disarmonias importantes que não podem ser compensadas pela técnica e que obrigam a compensações desproporcionais e raras, as quais vão repercutir sobre a qualidade e a facilidade da voz, sobre sua extensão e desta forma comprometer a carreira do cantor.
Todas as doenças pulmonares e cardíacas susceptíveis de criar dificuldades respiratórias, uma falta de desenvolvimento torácico, uma hipotonia, a fonastenia, um nervosismo excessivo, um desequilíbrio psicológico, a saúde ou órgãos vocais frágeis, distúrbios digestivos, relaxamento excessivo da musculatura abdominal, obesidade, uma eventração, asma ou enfisema.
As cantoras devem suspeitar dos problemas circulatórios que podem determinar perturbações vocais importantes. Se a conexão vaso-motora entre o órgão vocal e o órgão sexual está alterada o incômodo vocal se acentuará na época da menstruação, principalmente se já existia antes. Além disso haverá ainda a presença de mucosidades.
As doenças dos órgãos sexuais, assim como o período menstrual alteram a voz, dá-se uma hipotonia. Durante a gravidez e na época da menopausa, pode haver uma mudança de tom para mais grave e uma falta de potência. Mas isto vai depender muito do estado geral de saúde. Certamente as exceções são numerosas. Há mulheres que não apresentam estas influências na voz durante este períodos, isto por que são equilibradas e têm os órgãos vocais em perfeito estado, utilizando-os normalmente. É preciso considerar que a idade real nem sempre corresponde à idade fisiológica. No entanto, é evidente que para algumas mulheres as perturbações circulatórias ou problemas nos órgãos genitais criam dificuldades passageiras: voz velada, baixa de tonalidade, a ponto de não conseguirem arcar com seus compromissos.
Os tratamentos hormonais tornam a voz instável e provocam uma baixa de tonalidade. As cordas vocais ficam rosadas e logo depois vermelhas e podem apresentar edema, espessamento e coaptam mal.
As pessoas com hipertireoidismo apresentam períodos passageiros de rouquidão, mas sempre recidivos. O timbre é ensurdecido, o agudo torna-se difícil e muitas vezes o canto torna-se impossível. Nos casos de hipotireoidismo, a voz é fraca, sem modulação e pouco timbrada. Acontece a mesma coisa com os que têm uma hipo-função das glândulas supra-renais, que devido à uma astenia têm pouca intensidade vocal e se cansam muito depressa. Ao contrário, os que têm uma hiper-função das supra-renais possuem uma musculatura potente, uma voz de grande alcance e bem timbrada.
Dada a importância do controle auditivo, toda disacusia comprometerá gravemente a emissão vocal.
Portanto, em graus muito variáveis, todos esses distúrbios podem repercutir desfavoravelmente sobre a voz, comprometer o rendimento vocal, podendo levar a angústias graves do tipo obsessivo: medo do agudo, perda da memória etc.
Nestas condições, fica muito difícil para cantor, dominar o “trac” aquele que provoca os distúrbios fisiológicos: salivação excessiva ou secura da garganta, transpiração, distúrbios da bexiga ou do intestino, batimentos cardíacos etc. ou aquele que intervém em certos momentos ou frente à certas dificuldades.
De todo modo, para sobrepujá-los, o melhor meio é ser capaz de dominar sua técnica, mesmo nos momentos difíceis. A respiração pode ser uma ajuda preciosa. Antes de entrar em cena, basta fazer algumas respirações calmas e profundas, assim como nas pausas musicais suficientemente longas, para restabelecer o ritmo cardíaco e desviar a atenção dos outros problemas.
Disto tudo, devemos saber que para seguir uma carreira lírica é preciso estar em bom estado geral e psicológico, além dos danos necessários que são inatos. E dada a sensibilidade e a fragilidade dos órgãos vocais e respiratórios é preciso abster-se de um certo modo de vida: evitar as mudanças bruscas de temperatura, o ar condicionado, a umidade e especialmente não fumar, nem beber álcool, não cantar durante a digestão e sempre que possível ter um sono calmo e reparador. Praticar, paralelamente o treinamento vocal e respiratório e se possível acrescentar exercícios de ginástica corporal.
Evitar tudo aquilo que possa irritar as cordas vocais: tosse excessiva, pigarreio freqüente etc. É preciso, também, evitar o uso abusivo de medicamentes; gotas, gargarejos que no decorrer do tempo podem provocar irritação. Desconfiar das cirurgias inoportunas das cavidades nasais, a menos que a obstrução ou os desvios sejam importantes. No caso de infecção ou hipertrofia das amígdalas, às vezes é necessário suprimi-las. Trata-se, não somente, de um distúrbio importante no que diz respeito à distribuição das ressonâncias, mas também na causa de esforços inúteis. No caso da remoção das amígdalas, pode acontecer do cantor ser obrigado a reajustar sua técnica devido ao aumento do volume da hipo-faringe.
Enfim, não acreditar que os medicamentos, as pastilhas, o mel! ... e outros produtos sejam remédios eficazes. São paliativos que não solucionam os problemas e que mantêm a hiper-sensibilidade do cantor.
O melhor meio de evitar as dificuldades funcionais e sua repercussão é possuir uma boa higiene vocal, isto é, uma técnica impecável, mantida regularmente, tanto da voz cantada como da voz falada. Os cantores devem considerar tanto uma como outra e cuidá-las.
Classificar a voz falada é tão desastroso como classificar a voz cantada. As conseqüências sãs as mesmas, elas são numerosas e às vezes graves. Falar numa tessitura que não corresponda à sua classificação normal, obriga as cordas vocais a um modo de vibração para o qual elas não são feitas, a uma acomodação anormal das cavidades de ressonância, a um deslocamento do tremor vibratório privando a voz falada da sua riqueza harmônica, ou seja das suas qualidades estéticas e expressivas.
Há cantores que pensam resolver o problema do agudo, cantando em mezzo sendo soprano, ou ainda os que cantam em soprano e falam em contralto! Não há nada mais chocante para o ouvido do que escutar um cantor usar sua voz cantada normalmente e falar com uma voz diferente. Só podemos admitir uma razão para a baixa tonalidade da voz falada ou cantada, é a idade, e isto varia de indivíduo para indivíduo. O agudo pode diminuir, a extensão pode perde algumas notas, mas isto não se deve a uma mudança de categoria vocal e sim à idade, quando o potencial muscular pode diminuir ou o estado geral mais ou menos deficiente não permitir mais a tonicidade muscular necessária ao extremo agudo. Porém, isto não implica de modo algum na mudança de tessitura da voz falada ou cantada.
São numerosos os cantores que, após uma desclassificação voluntária, tiveram que interromper uma carreira que teria podido prosseguir por mais tempo, se, tivessem usado a mesma tonalidade para a voz falada e cantada.