Muita gente afirma que existem duas
classificações para as pessoas que tocam algum instrumento: os músicos e os
bateristas. Outros afirmam a mesma idéia dizendo que o baterista é o cara que
gosta de andar com os músicos. Bateristas são geralmente taxados de rebeldes,
barulhentos, pessoas indomáveis. Foram e até hoje são alvos de muita observação
dentro das igrejas. O pessoal mais jovem tende a admirá-los, porém os mais
idosos têm o profundo pavor e resistência quanto a sua inclusão na equipe de
louvor. No entanto, o que nós, bateristas, podemos fazer para nos tornarmos
mais agradáveis e contribuir de uma forma construtiva com a igreja onde
servimos? Existem diferentes pontos de vista em relação ao uso ou não do
instrumento na igreja. Muito embora eu seja baterista, em alguns casos acho
dispensável o uso da bateria,devido a fatores como a acusticas do salão onde
são realizadas as runiões, o número de pessoas que freqüentam os cultos,além
de, muitas vezes, a falta de habilidade das pessoas que tocam - que em diversos
casos iganoram a necessidade do estudo do instrumento. A seguir, gostaria de
citar alguns pontos que, a meu ver, são determinantes para o uso adequado da
bateria no contexto congregacional.
CONHECIMENTRO E DOMINÍO
TÉCNICO
O primeiro passo para alguem ingressar
no ministério de louvor - depois de ter o aval de seu pastor - é dominar
tecnicamente a área em que pretente atuar.Ninguem confia a construção de um
prédio a um médico, economista ou advogado, pois não têm conhecimento técnico
para isso. Da mesma forma, não cabe uma pessoa que não tem habilidade com um
determinado instrumento desejar cupar a função de músico.Infelizmente, isso
acontece muito dentro das igrejas. É imprescindível que o baterista busque o
acompanhamento de um professor experiente, que lhe dará amplas condições de
conhecer o instrumento, suas técnicas, rudimentos, leituras, levadas
etc.Existem informações disponíveis de várias maneiras, através de lições
retiradas da internet, revistas especializadas, métodos, vídeos e clínicas com
músicos de altíssima qualidade. Enfim, hoje em dia não há justificativas para o
baterista não estudar.
NA MEDIDA CERTA
Sem duvída, o bom - senso é o grande
diferencial de um músico disciplinado.É muito bom ver bateristas perfeitos
tecnicamentes tocar de maneira simples, valorizando a nitidez da levada,
mantendo o andamento sem variações, tocando com dinânica, economizando notas e
viradas e, consequentemente, deixando a música soar da maneira como ela pede.Em
alguns casos, ter bom senso é não tocar, pois algumas músicas pedem para que se
substitua a bateria por um simples chocalho.Ter bom senso é escolher até o tipo
de baqueta que deve ser usada em uma determinada reunião. Antes de começar a
tocar, procure verificar qual é a real necessidade daquele momento. Será que a
reunião com 15 pessoas requer que a beteria seja tocada? Será que um salão com
telhados de folha de zinco e com fiso frio, suporta uma bateria com 10
tambores, oito pratos e microfones em todas as peças? Ter bom senso, no
contexto que falamos, vai além de como tocar e abrange toda a concepção de
alguem que pretende servir às pessoas com sua música.
ESPÍRITO DE EQUIPE
O baterista precisa saber qual é a sua função
dentro de um time. Durante o período de louvor, as pessoas da congregação
precisam ouvir nitidamente a voz de quem está dirigindo a música, ou seja, da
pessoa que está cantando a melodia da música. A função do baterista, juntamente
com o baixista, é dar suporte para a banda; tocar de maneira que a pessoa que
está cantando possa ser ouvida por toda a congregação; dar ritimo para que
todos toquem e cantem juntos. O baterista pode ser o melhor músico da banda,
porém se ele não for capaz de cumprir seu papel, com certeza o máximo que
poderá fazer com todo seu talento será atrapalhar a banda toda.
O MÚSICO BATERISTA
Outra dica que me ajudou muito - e que
geralmente funciona com os bateristas, segundo seus próprios depoimentos - se
refere ao fato de como estudar um outro instrumento harmônico pode contribuir
para o seu melhor desempenho. Particularmente, posso dizer que estudar harmonia
e tocar piano (mesmo que não muito bem!) me ajudou a compreender as diferentes
formas musicais, os estilos e pulsações, as diferentes faces da dinâmica - isto
é, quando suavizar; quando colocar mais notas; e quando deixar soar. Trocando
em miúdos, a harmonia e a percepção me auxiliam muito na hora de tocar.
Aprender a ler partitura foi outra grande conquista que me possibilitou
compreender rapidamente o que o arranjador está querendo. Fica mais fácil falar
a mesma língua dos pianistas, violonistas, baixistas, guitarristas e qualquer
outro músico quando sabemos exatamente o que eles estão dizendo em relação a
compassos, duração das notas, ligaduras e coisas desse tipo.
CUSTO X BENEFÍCIO
Escolher a bateria ideal e cuidar de sua
manutenção são outras dificuldades dos bateristas. Nem sempre os produtos
importados significam garantia de boa compra. Muitos fabricantes nacionais têm
buscado a excelência - com êxito, em diversos casos - dos produtos importados.
Hoje é muito comum ver pratos " made in Brazil" com a mesma
sonoridade e acabamento dos pratos internacionais que estamos acostumados a
comprar. E o melhor: por um preço muito inferior. Portanto, o maior desafio não
é escolher qual marca comprar, qual a procedência do material, mas sim escolher
o instrumento que irá se adequar à estrutura do local onde será utilizado.
Procure otimizar o som do instrumento que você tem. Muitas vezes uma simples
troca de peles ou o uso de abafadores externos proporcionam grandes avaços na
busca pelo som ideal. Em salões pequenos, geralmente utilizamos baterias com
polegadas menores, por serem mais simples de afinar e proporcionarem volumes
mais equilibrados. Em grandes templos, onde centenas de pessoas se reúnem, o
mais adequado seria ter uma bateria com tambores maiores, "
microfonadas" por um técnico de som profissional, que realmente entenda o
que está fazendo. Em alguns casos, com revestimento acrílico para impedir que
os microfones da baterias interfiram nos vocias e vice-versa.
Finalizando, gostaria apenas de ressaltar a
necessidade de entendermos qual é o nosso papel dentro do Reino de Deus. Todo
artista é influenciador e formador de opinião pelo fato de estar em evidência. Essa realidade gera um grande compromisso
de entender qual é o nosso verdadeiro chamado dentro do ministério, pois
através do nosso exemplo podemos edificar tanto quanto destruir a vida de
muitas pessoas que nos observam. Precisamos entender que não estamos na igreja
apenas para tocar, para ser notados, nem para ter prestígio com as pessoas, mas
sim para abençoar o próximo e cooperar para a edificação da igreja. O fato de
tocarmos bateria (ou qualquer outro instrumento) é apenas um talento muito
especial que Deus colocou em nossas mãos para servirmos às pessoas com alegria
e gratidão.
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