CONSIDERAÇÕES INICIAIS:
A voz a serviço da música, utiliza o sopro e possibilita
modular, enriquecer e sustentar as sonoridades vocais e torná-las mais
expressivas.
Nenhum instrumento é comparável a ela, sendo a única a ter o privilégio de poder unir o texto à melodia. Mas, só emociona dependendo da sensibilidade e da musicalidade do intérprete que, além das notas e palavras, necessita conceber em suas interpretações a melhor forma de sentir e expressar e que não está escrito.
Para o cantor , a voz passa a desempenhar o papel de intrumento musical onde ele desenvolve a atividade artística e intelectual a qual a inteligência participa, mas a primazia é dada à expressão e à emoção. A voz é, para quem canta, o seu Eu interior que de forma vibrante, libera pensamentos e sentimentos.
É também verdade que o cantor expressará de modos diferentes esse canto interiorizado e sentido segundo sua concepção da obra a ser interpretada e das infinitas nuances da sua voz. Seu poder expressivo refletirá tanto seu temperamento como sua personalidade . A voz e a personalidade estão estreitamente relacionadas e são inseparáveis já que traduzem o ser humano na sua totalidade.
Entre o corpo e a voz existe uma íntima relação. É com eles que o cantor exterioriza sua afetividade e desempenha o papel intermediário entre o público e a obra musical. Mas, para isso é ´preciso que ele possua uma técnica precisa e impecável a fim de poder dominar as inúmeras dificuldades que vai encontrar.
Nenhum instrumento é comparável a ela, sendo a única a ter o privilégio de poder unir o texto à melodia. Mas, só emociona dependendo da sensibilidade e da musicalidade do intérprete que, além das notas e palavras, necessita conceber em suas interpretações a melhor forma de sentir e expressar e que não está escrito.
Para o cantor , a voz passa a desempenhar o papel de intrumento musical onde ele desenvolve a atividade artística e intelectual a qual a inteligência participa, mas a primazia é dada à expressão e à emoção. A voz é, para quem canta, o seu Eu interior que de forma vibrante, libera pensamentos e sentimentos.
É também verdade que o cantor expressará de modos diferentes esse canto interiorizado e sentido segundo sua concepção da obra a ser interpretada e das infinitas nuances da sua voz. Seu poder expressivo refletirá tanto seu temperamento como sua personalidade . A voz e a personalidade estão estreitamente relacionadas e são inseparáveis já que traduzem o ser humano na sua totalidade.
Entre o corpo e a voz existe uma íntima relação. É com eles que o cantor exterioriza sua afetividade e desempenha o papel intermediário entre o público e a obra musical. Mas, para isso é ´preciso que ele possua uma técnica precisa e impecável a fim de poder dominar as inúmeras dificuldades que vai encontrar.
OS PARÂMETROS
O cantor pode variar voluntariamente as qualidades integrantes da voz, seja ao mesmo tempo ou isoladamente. No canto estas qualidades dependem da duração, dai a necessidade de desenvolver uma tonicidade e agilidade muscular que respondam a este imperativo.
Freqüentemente, é através do controle auditivo que o cantor modifica a qualidade de sua voz. Mas é necessário, também que ele o faça por meio de uma técnica apropriada, utilizando movimentos precisos e pela percepção de certas sensações musculares que determinam as coordenações musculares, sendo elas funções destes diferentes parâmetros.
ALTURA
Para mudá-la a altura da voz, é preciso
mudar a pressão expiatória. Isto é, modular o grau de tonicidade da musculatura
abdominal, assim como o volume das cavidades supra-laringeas que modificarão a
posição da laringe, o fechamento glótico, a freqüência das vibrações das cordas
vocais e o deslocamento da sensação vibratória
INTENSIDADE
A intensidade da voz depende da pressão
sub-glótica, ou seja da sustentação abdominal que permite a potência. A
intensidade se conretiza por uma sensação de tonicidade que se distribui pelos
órgãos vocais. Ela é percebida como uma energia transmitida, pouco a pouco, ao
conjunto das cavidades de ressonância e aos músculos faringo-laríngeos. O
cantor, durante o seu trabalho, deve ter conciência do dispêndio muscular que a
intensidade requer, da dinâmica vocal apropriada e generalizada que provocarão
o enriquecimento do aspecto sonoro.
A intensidade aumenta com a tonicidade e eastá associada à altura tonal , dependendo das vozes, varia de 80 a 120 decibéis.
A intensidade aumenta com a tonicidade e eastá associada à altura tonal , dependendo das vozes, varia de 80 a 120 decibéis.
TIMBRE
É o resultado dos fenômenos acústicos que se localizam nas
cavidades supra-laríngeas. É modificando o volume, a tonicidade dessas áreas,
assim como a dos lábios e das bochechas, que o som fundamental, emitido pela
laringe, vai ser enriquecido ou embobrecido voluntariamente segundo a ordem, o
número , a intensidade dos harmônicos que o acompanham e que são filtrados
nestas cavidades conforme a altura tonal e a vogal.
( a, ã , e , é, ê , i , o , ó , u )
( a, ã , e , é, ê , i , o , ó , u )
A riqueza do timbre está em função do uso dos resonadores, da
pressão sub-glótica, da posição mais ou menos alta da laringe, fechamento
glótico e qualidade das mucosas, condiçãoões estas, essenciais à qualidade do
timbre, assim como da morfologia.
O timbre é definido de diferentes maneiras. Fala-se do seu colorido e estes está diretamente relacionado com a forma dos ressonadores. Fala-se da amplitude que corresponde às sonoridades extensas e redondas, do mordente, da espessura, do brilho que cresce e decresce com as modificações da intensidade e estão em correlação com a tonicidade das cordas vocais.
Estas diferentes formas acústicas são realizadas por mecanismos
extremamente delicados, por todo um conjunto de movimentos musculares e pela
maior ou menor tonicidade.
Mas o timbre pode ser tranformado com a utilização de certos
métodos que o modificam, enquanto é a realização do mecanismo fisiológico da
voz que pemitirá desenvolver e apreciar o timbre natural do cantor. O cantor
pode variar voluntariamente as qualidades integrantes da voz.
HOMOGENEIDADE
É uma qualidade essencial , que está em
função da distribuição das zonas de ressonância e da fusão das diferentes
sonoridades vocais dada sua interação permanente. Ela só pode ser rea1izada
pela harmonização progressiva de todos os órgãos indispensáveis a fonação. Ou
seja, por um sistema de compensação sobre toda a extensão e sobre todas as
vogais de modo a atenuar ou reforçar certos formantes.
AFINAÇÃO
DA VOZ
É o par da homogeneidade. Trata-se da pressão e da tonicidade
bem distribuidas que irão determinar uma coaptação adequada das cordas vocais.
Assim como uma acomodação das cavidades de ressonância. A afinação é regulada
por movimentos extremamente delicados. Pelo domínio de um
conjunto de sensações as quais é preciso ficar muito atento associado ao
controle auditivo vigilante. Alguns cantores cantam "baixo” porque eles
não sustentam o sopro devido a uma hipotonia muscular.
outros cantam muito alto , eles " empurram ", seja por excesso de pressão ou porque o sopro se gasta rápido demaiso O som em geral localizado muito "em cima" é errado e desafinado.
outros cantam muito alto , eles " empurram ", seja por excesso de pressão ou porque o sopro se gasta rápido demaiso O som em geral localizado muito "em cima" é errado e desafinado.
VIBRATO
Ele tem um efeito estético evidente e um
papel primordial porque ele dá a voz sua riqueza expressiva, sua leveza e seu
poder emocional. Ele se caracteriza por modulações de frequência, (na razão de
cinco a sete vibrações por segundo), acompanhadas de vibrações sincrônicas da
intensidade de dois a três decibéis e da altura ¼ de tom e ½ tom que tem uma
influência sobre o timbre. Estas flutuações são criadas pelo cantor e tem uma
ação musical importante.
O vibrato só se adquire a medida que o cantor domina sua técnica e realiza da melhor maneira possível a junção faringo-laringea: seu mecanismo fisiológico corresponde a finas tremulações do conjunto da musculatura respiratória e laríngea.
Sem vibrato a voz é achatada, inexpressiva e sem calor humano. O Vibrato não existe nas crianças nem nas vozes incultas.
O vibrato só se adquire a medida que o cantor domina sua técnica e realiza da melhor maneira possível a junção faringo-laringea: seu mecanismo fisiológico corresponde a finas tremulações do conjunto da musculatura respiratória e laríngea.
Sem vibrato a voz é achatada, inexpressiva e sem calor humano. O Vibrato não existe nas crianças nem nas vozes incultas.
ALCANSE
DA VOZ
Quaisquer que sejam as mudanças de timbre ,
intensidade, de altura ou as modificações das condições ambientais, a técnica
vocal deve permanecer a mesma.O cantor deve simplesmente adaptá-la a estes
diferentes parâmetros.
A voz produzida , se ressente, se transforma no interior de
nossos órgãos. Do ponto de vista funcional, o alcance vocal está sempre
relacionado com a energia gasta e se traduz, principalmente, pela consciência
de uma tonicidade generalizada no corpo inteiro, às sensações proprioceptivas
mais perceptíveis e ao enriquecimento do jogo acústico do timbre.
A voz, diferentemente dos outros instrumentos, não é materializada e por esta razão e mais difícil de controlar . É por este motivo que o cantor deve ter a sua disposição, uma técnica segura, consciente baseada nas sensações e movimentos precisos que lhe permitirão não perder o domínio da voz quando estiver nas grandes salas, nas igrejas, ao ar livre ou em locais desprovido de acústica.
A voz, diferentemente dos outros instrumentos, não é materializada e por esta razão e mais difícil de controlar . É por este motivo que o cantor deve ter a sua disposição, uma técnica segura, consciente baseada nas sensações e movimentos precisos que lhe permitirão não perder o domínio da voz quando estiver nas grandes salas, nas igrejas, ao ar livre ou em locais desprovido de acústica.
Assim pode-se dizer que, a condição essencial para que a voz
tenha alcance é o controle das sensações internas. São as sensações musculares
que, particularmente, informam sobre a atividade dos órgãos e seguindo-se a
elas é a sensação de vibração que permite situar o tremor vibratório. Isto é
tão evidente que muitos cantores colocam a mão sobre a caixa craniana para
senti-lo melhor. Este procedimento não é recomendável,(Salvo momentâneamente)
pois quando é suprimido, o cantor tem a impressão de não ter mais voz e fica
desorientado.
O cantor sente a necessidade de localizar essas sensações e os
instrumentistas também as buscam. Alguns deles tocam com os olhos fechados para
sentir as vibrações de seu instrumento, juntar-se a ele, isolar-se do público e
concentrar-se melhor. Por estas mesmas razões a famosa cantora negra Marian
Anderson cantava sempre de olhos fechados.
Buscar o alcance da voz procurando lançá-la para "a
frente" e um erro fundamental. Esta atitude provoca a contração da
laringe, das cordas vocais, que contraem as cavidades de ressonância e passam a
exercer uma pressão exagerada. Levam, pois, a um esfôrço generalizado do corpo
todo, com todas as conseqüências que isto pode ter sobre a laringe e sobre o
timbre. Não é por um excesso de intensidade que a voz terá um melhor alcance.
Antes de tudo, o que importa é poder realizar uma distribuição do trabalho
muscular, bem como adotar as corretas atitudes orgânicas, a fim de obter uma voz
homogênea que possua, desde a saída dos lábios, o máximo de riqueza acústica.
CLASSIFICAÇÃO VOCAL
Considerações:
Para um professor inexperiente. é um problema difícil e
delicado. E também um problema sério pois dela vai depender a carreira do
cantor. Existem vozes naturais que podem ser imediatamente classificadas.
Outras, mais numerosas, só podem ser classificadas após longos meses. De uma
forma geral , os professores de canto confiam no seu ouvido, na facilidade do
aluno para o grave ou para o agudo, na tessitura, e principalmente no timbre.
Mas a apreciação de sua qualidade varia com cada indivíduo!
Não podemos tomar como referencia somente o gosto do professor
ou do aluno, nem o resultado da técnica de alguém que não é mais um iniciante.
Esta última seria conseqüência de uma pesquisa sistemática da ressonância
palatal, nasal, bucal, sendo importante que, através de um trabalho bem
adaptado, se possa distribuí-las harmoniosamente, obtendo-se desta forma as
características acústicas do timbre natural do cantor.
___Para ser válida, a classificação da voz deve ser feita, principalmente, sobre as bases anatômicas, morfológicas e acústicas. É preciso considerar vários
fatores, dos quais uns são predominantes e outros sãosecundários.
___Para ser válida, a classificação da voz deve ser feita, principalmente, sobre as bases anatômicas, morfológicas e acústicas. É preciso considerar vários
fatores, dos quais uns são predominantes e outros sãosecundários.
Fatores Predominantes:
1 - A tessitura - é o conjunto de notas que o cantor pode
emitir facilmente.
2 - A extensão vocal - abrange a totalidade dos sons que a voz
pode realizar.A extenssão vocal pode variar de acordo com
:
2.1 - A forma e o volume das cavidades de ressonância.
Que são variáveis para cada indivíduo.
Que são variáveis para cada indivíduo.
2.2 - O comprimento_ e a
espessura das cordas vocais.
2.3 - O timbre que
é uma qualidade do som que permite diferenciar cada pessoa, de reconhecê-la...
Ele é apreciado
de modos diferentes.
3 - A capacidade respiratória e o desenvolvimento torácico e
abdominal.
4 - A altura tonal da voz falada, desde que o sujeito utilize aquela que
corresponde à sua constituição anatômica.
5 - A amplitude vocal que indica uma voz com sonoridades amplas,
arredondadas sobre toda a extensão vocal.
6 - A intensidade que permite a potência sem esforço.
7 - O temperamento que representa o conjunto das qualidades do
cantor em relação às suas possibilidades vocais.
8 - As características morfológicas. Geralmente admitimos que um tenor ou
um soprano são brevilíneos, baixos e gordos, que um baixo ou um contralto são
altos e magros!... Mas isto não é uma constante. Há tantas exceções que estes
fatores não podem ser considerados como determinantes. Eles podem apenas
confirmar os fatores predominantes e facilitar a classificação.
Características Morfológicas:
Devemos considerar, também, que numerosas
pessoas apresentam desarmonias nos órgãos vocais e respiratórios. Desta forma
podemos encontrar cantores com cordas vocais grandes e caixas de ressonância
pequenas, ou uma capacidade respiratória insuficiente, ou pequenas cordas
vocais com um grande ressonador , ou uma laringe assimétrica: uma corda vocal
ou uma aritenoide mais desenvolvida de um lado, uma assimetria faringo-laringea
provocada por uma escoliose cervical.
Tudo é possível! Quando existe muita discordância, a voz, mesmo sendo muito bela, será curta, ela terá poucos graves ou um agudo limitado. Mas quando estas discordâncias são pouco sensíveis, dada a capacidade de adaptação dos orgãos vocais e se utilizamos uma boa técnica respiratória, elas poderão ser compensadas com eficácia.
Sabemos que um cantor pode produzir sons que parecem ser de boa qualidade, mas emitidos com péssimas coordenações musculares, o que leva mais ou menos rapidamente, a dificuldades vocais. Acontece também que uma pessoa adquire um timbre particular por mau hábito, por uma técnica mal adaptada ou por imitação. Ela pode estar cantando numa outra categoria de voz, forçando nos graves, ampliando anormalmente sua extensão em direção aos agudos etc... Pois, quando é jovem, o cantor pode fazer de tudo com sua voz e portanto pode mudar seu timbre natural. Estas multiplas modificações podem ser explicadas pelas possibilidades de adaptação das cavidades de ressonância, que permitem uma grande variedade de coloridos utilizados de maneiras diferentes dependendo do caráter da obra musical.
É importante saber que a classificação da voz falada se processa como a da voz cantada. É o mesmo instrumento, a mesma constituição anatômica, a mesma função fisiológica. Deve haver concordância entre as duas vozes, tanto para o timbre como para o modo de emissão. Caso contrário, ou o cantor esta mal classificado, ou ele modifica a altura tonal da voz falada, geralmente tornado-a mais grave. De qualquer modo, é prejudicial para um cantor, falar ou cantar com uma voz que não corresponda a sua constituição anatômica. Portanto, quando se fala é preciso lembrar daquilo que chamamos "0 uso primordial da voz". Para um soprano é aproximadamente o re 3 para um mezzo si 2 e para um contralto, sol 2. Em definitivo, o melhor critério para a classificação do cantor é quando a emissão se apóia no bom uso do sopro, o que é obtido graças ao controle das atitudes fonatórias e articulatórias corretas. Pois não podemos classificar uma pessoa que faça um esfôrço, seja ao nível da respiração ou dos órgãos vocais e que não saiba usar a respiração nem as cavidades de ressonância.
Temos seis categorias principais para classificar as vozes das mulheres e dos homens. Em cada uma delas encontramos diferenças de extensão. Estas podem variar de algumas notas, de intensidade, de amplitude vocal, de volume e de timbre. Estas particularidades justificam sub-categorias e usos variáveis.
Duas vozes não fazem parte da classificação habitual. São elas: a voz de apito e a voz de falsete.
A voz de apito é muito rara. Ela permite, a um soprano agudo, acrescentar algumas notas a extensão normal e chegar a atingir o dó6. Nesta tessitura, as cordas vocais apresentam uma pequena fenda fusiforme.
Tudo é possível! Quando existe muita discordância, a voz, mesmo sendo muito bela, será curta, ela terá poucos graves ou um agudo limitado. Mas quando estas discordâncias são pouco sensíveis, dada a capacidade de adaptação dos orgãos vocais e se utilizamos uma boa técnica respiratória, elas poderão ser compensadas com eficácia.
Sabemos que um cantor pode produzir sons que parecem ser de boa qualidade, mas emitidos com péssimas coordenações musculares, o que leva mais ou menos rapidamente, a dificuldades vocais. Acontece também que uma pessoa adquire um timbre particular por mau hábito, por uma técnica mal adaptada ou por imitação. Ela pode estar cantando numa outra categoria de voz, forçando nos graves, ampliando anormalmente sua extensão em direção aos agudos etc... Pois, quando é jovem, o cantor pode fazer de tudo com sua voz e portanto pode mudar seu timbre natural. Estas multiplas modificações podem ser explicadas pelas possibilidades de adaptação das cavidades de ressonância, que permitem uma grande variedade de coloridos utilizados de maneiras diferentes dependendo do caráter da obra musical.
É importante saber que a classificação da voz falada se processa como a da voz cantada. É o mesmo instrumento, a mesma constituição anatômica, a mesma função fisiológica. Deve haver concordância entre as duas vozes, tanto para o timbre como para o modo de emissão. Caso contrário, ou o cantor esta mal classificado, ou ele modifica a altura tonal da voz falada, geralmente tornado-a mais grave. De qualquer modo, é prejudicial para um cantor, falar ou cantar com uma voz que não corresponda a sua constituição anatômica. Portanto, quando se fala é preciso lembrar daquilo que chamamos "0 uso primordial da voz". Para um soprano é aproximadamente o re 3 para um mezzo si 2 e para um contralto, sol 2. Em definitivo, o melhor critério para a classificação do cantor é quando a emissão se apóia no bom uso do sopro, o que é obtido graças ao controle das atitudes fonatórias e articulatórias corretas. Pois não podemos classificar uma pessoa que faça um esfôrço, seja ao nível da respiração ou dos órgãos vocais e que não saiba usar a respiração nem as cavidades de ressonância.
Temos seis categorias principais para classificar as vozes das mulheres e dos homens. Em cada uma delas encontramos diferenças de extensão. Estas podem variar de algumas notas, de intensidade, de amplitude vocal, de volume e de timbre. Estas particularidades justificam sub-categorias e usos variáveis.
Duas vozes não fazem parte da classificação habitual. São elas: a voz de apito e a voz de falsete.
A voz de apito é muito rara. Ela permite, a um soprano agudo, acrescentar algumas notas a extensão normal e chegar a atingir o dó6. Nesta tessitura, as cordas vocais apresentam uma pequena fenda fusiforme.
Classificação fácil dos Níveis das Vozes, segue
a classificação abaixo de 2 formas:
Classificação 1 ( Facilitada ):Do Mais Baixo
para o mais Alto
1- Baixo - voz
masculina grave
2 –Barítonos – voz
masculina entre o baixo e o tenor
3- Tenor - voz
masculina aguda
4- Contratenor - voz masculina
muito aguda ( falsete )
5- Contralto - voz
feminina grave
6- Meio Soprano –
Voz feminina entre o soprano e o contralto
7- Soprano - voz feminina aguda
7- Soprano - voz feminina aguda
Classificação 2 ( Complexa com Explicações ): Do
Mais Baixo para o mais Alto
1) CATEGORIA DOS BAIXOS
- Baixo Superprofundo
- Baixo Profundo
- Baixo Cantante
- Baixo Coloratura Brilhante
2) CATEGORIA DOS BARÍTONOS
- Barítono
- Barítono Dramático
- Barítono Lírico
- Barítono Ligeiro
3) CATEGORIA DOS TENORES
- Tenor Dramático
- Tenor Lírico
- Tenor Lírico Ligeiro
- Tenor Ligeiro
- Contratenor
4) CATEGORIA DOS SOPRANOS
- Mezzo Soprano Dramático
- Mezzo Soprano Lírico
- Soprano Dramático
- Soprano Lírico
- Soprano Ligeiro
- Soprano Lírico Ligeiro (Coloratura)
Provavelmente, você já está se familiarizado ou, pelo menos, já
ouviu falar em termos como: Soprano, Contralto, Tenor e Baixo. São as vozes de
uma forma de composição bem conhecida: o coral, cujo nome também, popularmente,
representa o grupo de pessoas que executa a tal composição (pode-se chamar,
mais corretamente, o grupo de coro).
Mas estas não são as únicas possibilidades de classificação das
vozes.
Vamos, em primeiro lugar separar as vozes em agudas, médias e
graves.
A voz aguda feminina é o Soprano e a masculina é o Tenor. São as
vozes encontradas com maior abundância no Brasil.
A voz média feminina é o Meio-soprano (ou Mezzo-soprano) e a
masculina é o Barítono. Também são encontradas no Brasil, mas bem menos em
relação às vozes agudas.
A voz grave feminina é o Contralto e a masculina o Baixo. São
vozes raras no Brasil. O Baixo ainda encontramos, mas o Contralto verdadeiro é
raríssimo e tem partituras interpretadas por Mezzo-sopranos Dramáticos (ver
mais abaixo). A maioria dos coros tem de valer-se de Barítonos para cantar a
linha dos Baixos dos corais. Por outro lado, a Rússia é um exemplo de
abundância em vozes médias e graves, notório em seus coros, por outro lado são
escassas as vozes ligeiras (sobre as quais falaremos mais abaixo).
Faço aqui um parêntese para um esclarecimento vital. Todos nós
já nascemos com um tipo de voz. Nossa voz é o resultado de várias características
físicas que herdamos de nossos pais. Por isso, é impossível um Tenor
"desenvolver" uma voz de Barítono. Vai, sim, desenvolver sérios
problemas vocais se tentar. Deus fez você com esta voz. É um presente dEle a
você. Não "fabrique" uma voz que não é a sua. Vai estragar sua voz. E
esta, nesta vida, é uma só.
Agora atente para a subdivisão das vozes:
Vozes Masculinas
(extensão das vozes)
Tenor
Do2 ao Ré
4
Voz Aguda
Barítono
Sol1 ao
Lá3
Voz Intermediária
Baixo Do1
ao
Fá3
Voz Grave
Contratenor:
é atualmente a voz masculina que treina tecnicamente o falsete para cantar como
Contralto. Comum em coros mistos e masculinos europeus que interpretam,
principalmente, música dos períodos Renascentista (séc. XVI) e Barroco (do séc.
XVII à primeira metade do séc. XVIII). Na liturgia católica não havia canto
congregacional (até meados do séc. XX). A música era executada por coros
masculinos. Por este motivo usavam-se meninos (os famosos sopraninos e
contraltinos), os falsetistas e os castratti(***). O uso de coros apenas masculinos
perdurou na liturgia após a reforma protestante. A mulher só participava do
canto congregacional (todos os fiéis cantando juntos), reintroduzido por
Lutero. Referências de Contratenores (falsetistas - cantando como contraltos)
no canto lírico: Andreas Scholl(*), David Daniels (*).
Tenor
Ligeiro: também conhecido como 1o Tenor é a voz masculina natural mais aguda,
também com facilidade para volaturas. Referência: Juan Diego Florez(**), Niccolai Gedda(*), Salvatore Licitra(*);
Tenor
Lírico-Ligeiro: Também chamado de Lírico Spinto, é um pouco mais encorpado que
o ligeiro puro, também tem facilidade pra agudos e volaturas. Referências:
Enrico Caruso(*), Franco Corelli(*).
Tenor
Lírico: voz mais rica em harmônicos que a anterior, tem o timbre mais cheio. É
também chamado de 2o Tenor. Por erro ou, às vezes, por causa do repertório
operístico, alguns Tenores Líricos são chamados de Dramáticos. Referências:
Mario Lanza(*), Plácido Domingo(*);
Tenor
Dramático: assim como o Soprano Dramático desenvolve grande volume, e é mais
raro no Brasil. É o Tenor mais grave. Quando intérprete de óperas do Romantismo
Germânico (R. Wagner, R. Sttraus) é chamado de Heldentenor (diz-se: réldentênor)
ou Tenor Heróico. Referências: Lauritz Melchior(*), Wolfgang Windgassen(*).
Barítono
Lírico ou Barítono : Central: é comum como
terceira voz em quartetos masculinos de música cristã. É importante salientar
que alguns Tenores Dramáticos e Líricos podem ser classificados como Barítonos,
devido a alguma dificuldade na identificação do timbre. O bom professor, com o
desenvolver da técnica do aluno, corrige a classificação e redireciona o
trabalho. Isto ocorreu com o conhecido Tenor Plácido Domingo (dos "Três
Tenores"), classificado como Barítono, a princípio. Referência: Thomas
Hampson (*);
Barítono
Dramático: de voz bem grave e volumosa, é também chamado de Baixo Cantante ou
Baixo Barítono (de acordo com o repertório operístico). Muitos dos Baixos de
quartetos masculinos de música cristã são, na verdade, Barítonos Dramáticos.
Referências: Bryn Terfel(*) e (**);
Baixo:
tem o timbre bem escuro e potente. É raro mas encontra-se no Brasil.
Referências: Gottlob Frick(*);
Baixo Profundo:
timbre escuríssimo, voz potente, impressionante, e muito rara no Brasil, é
encontrado com maior facilidade em países eslavos (Rússia, Ucrânia, Letônia,
etc.) Referência: Martti Talvela(*).
Vozes Femininas
(extensão das vozes )
Soprano
Dó3
ao
Fá5 Voz Aguda
Mezzo Soprano
Lá2
ao
Si4 Voz
Intermediária
Contralto Mi2
ao Lá4
Voz Grave
Soprano
Ligeiro: é o chamado 1º Soprano, que tem por característica uma voz de volume
menor, mas que alcança notas muito agudas, além de ter facilidade para cantar
notas com ritmo rápido (volaturas). Referências: Joan Sutherland(*), Kathleen Battle(*), Sumi Jo(*);
Soprano
Lírico-Ligeiro: Também chamado de Lírico Spinto, é um pouco mais encorpado que
o ligeiro puro, também tem facilidade pra agudos e volaturas. Referências:
Renata Tebaldi(*), Victoria de Los Angeles(*).
Soprano
Lírico: de voz mais cheia, também possui maior volume. É também chamada de
2ºSoprano. Referências: Kiri Te Kanawa(*), Mirella Freni(*), Renata Scotto(*);.
Soprano
Dramático: raro e de sonoridade peculiar, é o soprano mais grave. Normalmente
tem grande extensão e desenvolve grande volume. Referências: Jessie Norman(*) (polêmica
classificação, pois alguns a consideram Mezzo-soprano Lírico).
Mezzo-soprano
Lírico: é também chamado em alguns lugares de Mezzo-soprano Ligeiro, pois apesar
do timbre grave, assim como o Soprano Ligeiro, tem boa agilidade para volaturas
(venho ressaltar que alguns classificam distintamente o Mezzo lírico do
ligeiro). Referências: Tereza Berganza(*)
Mezzo-soprano
Dramático: de grande extensão, timbre escuro e bem grave, muitas vezes canta
também partituras de Contralto solo, o que pode ocorrer com mais freqüência com
o abaixamento natural da voz ao passar os anos. Referências: Olga Borodina(*);
Contralto:
como já dissemos, é raro no Brasil. Tem timbre muito escuro e, até pela pouca
oportunidade de se ouvir, impressionante. Tem poucos papéis em ópera, a maior
parte do repertório está na música barroca e nas obras do séc. XX. Referências:
canto lírico: Kathleen Ferrier(*).
Algumas mulheres, devido a problemas hormonais ou disfunções do
aparelho fonador, adquirem uma voz atenorada. A extensão destas vozes é bem
curta (às vezes, de no máximo uma oitava) dificultando o desenvolvimento no
trabalho de técnica vocal.
É também importante mencionar a corrente moda que supervaloriza
a voz grave feminina. A situação, embalada ao som da música comercial, está
crítica, causando confusão no referencial das pessoas. Além de classificações
erradas (Sopranos classificados como Mezzo-sopranos e, pasmem, como
Contraltos), temos uma atitude prejudicial tanto à saúde quanto à estética da
voz, com o incentivo de se cantar só na sua região grave e, na maioria das
vezes, forçando muito. Seja ela Contralto, Mezzo-soprano ou Soprano, a voz tem uma
tessitura grande, e uma composição agradável e de bom senso estético a utiliza
como um todo. É ridículo legar à voz feminina, seja ela de que tipo for, uma
região ínfima que não passa de poucas notas no grave. Vozes graves também tem
agudos bonitos se bem colocados tecnicamente.
Derivações da sub-classificação
DAS VOZES MASCULINAS
DAS VOZES MASCULINAS
Tenor
Contratenor - Voz de homem muito aguda, que iguala ou
mesmo ultrapassa em extensão a de um contralto (Voz Grave Feminina). Muito
apreciada antes de 1800, esta é a voz dos principais personagens da ópera
antiga francesa (Lully, Campra, Rameau), de uma parte das óperas italianas, do
contralto das cantatas de Bach, etc.
Tenor ligeiro - Voz brilhante, que emite notas agudas com facilidade, ou nas óperas de Mozart e de Rossini, por exemple, voz ligeira e suave. Exemplo: Almaviva, em Il barbiere di Siviglia [O brabeiro de Servilha], de Rossini; Tamino,em Die Zauberflöte [A flauta Mágica], de Mozart.
Tenor ligeiro - Voz brilhante, que emite notas agudas com facilidade, ou nas óperas de Mozart e de Rossini, por exemple, voz ligeira e suave. Exemplo: Almaviva, em Il barbiere di Siviglia [O brabeiro de Servilha], de Rossini; Tamino,
Tenor lírico. Tipo de voz bem próxima da anterior, mais
luminosa nos agudos e ainda mais cheia no registro médios e mais timbrada.
Tenor dramático - Com relação à anterior, mais luminosa
e ainda mais cheia no registromédio. Exemplo: Tannhäuser, protagonista da ópera
homônima de Wagner
Barítono
Barítono "Martin",
ou Barítono francês - Voz
clara e flexível, próxima da voz de tenor. Exemplo: Pelléas, na ópera Pelléas
et Mélisande, de Debussy.
Barítono verdiano - Exemplo: o protagonista da ópera Rigolleto, de Verdi.
Baixo-barítono - Mais à vontade nos graves e
capaz de efeitos dramáticos. Exemplo: Wotan, em Die Walküre [A Valquíria], de
Wagner.
Baixo
Baixo cantante - Voz próxima à do barítono, mais
naturalmente lírica do que dramática. Exemplo: Boris Godunov, protagonista da
ópera de mesmo nome, de Mussorgski.
Baixo profundo - Voz de grande extensão a amplitude no
registro grave. Exemplo: Sarastro em Die Zauberflöte [A flauta mágica] de Mozart.
Dicas para alcançar agudos:
Falsete
A voz de falsete é utilizada para alongar a extensão vocal e no momento da passagem para o falsete, acontece um descanso laríngeo. É uma caracteristica das vozes masculinas e a coaptação das cordas vocais é incompleta, e a sua junção em profundidadfe está reduzida. O gasto de ar é muito grande. Esta voz não pode ser aumentada ou diminuida e carece de harmônicos agudos.
Derivações da sub-classificação
DAS VOZES FEMININAS
DAS VOZES FEMININAS
Soprano
Soprano coloratura (palavra italiana), ou soprano ligeiro, o termo coloratura
significava, na origem, "virtuosismo" e se aplicava a todas as vozes.
Hoje, aplica-se a um tipo de soprano dotado de grande extensão no registro
agudo, capazes de efeitos velozes e brilhantes. Exemplo: a personagem das
Rainha da Noite, em Die Zauberflöte [A flauta mágica], de Mozart.
Soprano lírico. Voz brilhante e extensa. Exemplo: Marguerite,
na ópera Faust [Fausto], de Gounod.
Soprano dramático. É a voz feminina
que, além de sua extensão de soprano, pode emitir graves sonoras e sombrias.
Exemplo: Isolde, em Tristan und Isolde [Tristão e Isolda], de Wagner.
Mezzo – Soprano (
Meio Soprano )
Mezzo-soprano (palavra italiana).
Voz intermediária entre o soprano e o contralto. Exemplo: Cherubino, em Le
nozze di Figaro [ As bodas de Fígaro]
Contralto
Muitas vezes abreviada para alto, a voz de contralto prolonga o
registro médio em direção ao grave , graças ao registro "de peito".
Exemplo: Ortrude, na ópera Lohengrin, de Wagner
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